Susana Goulart Costa destacou algumas ações que querem desenvolver no ano pastoral 2025/2026

Lisboa, 17 out 2025 (Ecclesia) – A Diocese de Angra vai assinalar hoje o Dia dos Bens Culturais da Igreja, através do seu serviço diocesano, com uma sessão formativa em parceria com a igreja matriz de Vila Franca do Campo.
“Este dia é bastante importante porque é uma celebração transnacional e que permite a todos nós como crentes, como agentes ligados à Igreja, e à sua história, às suas manifestações, celebrar aquilo que é uma das expressões mais relevantes da história da Igreja desde sempre que é o património religioso”, disse a responsável pelo Serviço Diocesano dos Bens Culturais de Angra, citado pelo portal online ‘Igreja Açores’.
Susana Goulart Costa acrescentou que são os edifícios, os objetos que acompanham ao longo do ano, as “atividades litúrgicas” e é tentar chamar a atenção para “a importância que estes objetos têm na vida religiosa e na vida da Igreja”.
Um dos principais objetivos do Serviço dos Bens Culturais da Igreja da Diocese de Angra é trabalhar os bens culturais salientando o seu valor na ótica da catequese, e vai realizar uma sessão formativa, em parceria com a Igreja Matriz de Vila Franca do Campo, hoje.
Nesta sessão de formação, aberta a todos, vão abordar a importância dos museus de Arte Sacra e das peças de cariz religioso na expressão do sagrado e na dinamização do divino, num trabalho de Joana Simas, investigadora e membro da equipa diocesana dos Bens Culturais da Igreja, a partir das 20h00 locais, no Centro Pastoral da Vila.
O Serviço Diocesano dos Bens Culturais de Angra tem programado ações concretas para desenvolver ao longo do ano pastoral 2025/2026, nomeadamente a formação para Guias Turísticos, que via ser promovida em parceria com a respetiva Associação, na Ilha terceira, que já realizaram em São Miguel.
O inventário das paróquias açorianas vai continuar a ser estimulado e incentivado, para que se conheça todo o património existente, e “amadurecer, em 2026, a questão dos santuários” é uma “terceira linha”.
“Estamos a fazer o inventário do Convento de Nossa Senhora da Esperança e vamos, de facto, em 2026 tentar desenvolver um projeto de consolidação do turismo cultural e da rota dos santuários na Região Autónoma dos Açores, que me parece bastante relevante” acrescentou Susana Goulart Costa.
O secretariado nacional deste setor da Igreja Católica em Portugal explica que o Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja visa promover a reflexão e a partilha do trabalho desenvolvido no contexto das dioceses portuguesas, “mas também debater novas propostas de actuação, avaliar dificuldades e identificar os principais desafios com que se confrontam”; é uma iniciativa assinalada, desde 2011, a 18 de outubro, no dia litúrgico de São Lucas, padroeiro dos artistas).

A responsável pelo Serviço Diocesano dos Bens Culturais de Angra explicou que, “nos últimos tempos”, tem sido feito um trabalho de “grande incentivo e de grande dinamização” das comunidades para “a importância dos seus bens”.
Nesse sentido, existem algumas áreas que podem ser desenvolvidas, “nomeadamente a nível da formação, da sensibilização”, como a “área bastante interessante e muito promissora da catequese”.
“Os objetos não são meros objetos, mas parte da história da Igreja, da história das comunidades e são uma expressão de fé, são uma expressão de respeito e de amor para com o divino, e, ultimamente, quer com inventários, quer com formações, quer com a tentativa até do ponto de vista de dinamizar aquilo que nós poderemos designar como um turismo religioso, eu penso que a Igreja tem dado passos bastante acentuados na defesa e na promoção do seu património”, desenvolveu a responsável diocesana, professora da Universidade dos Açores.
CB
![]() A exposição ‘Exaltar’ constitui a IV estação do Ciclo ‘Lugares do Sagrado’, e “resulta da colaboração” entre a Direção Regional da Cultura dos Açores e a Diocese de Angra/Paróquia de Santa Cruz da Praia da Vitória, “tendo como principal objetivo a valorização do património cultural religioso dos Açores”, divulga o portal online diocesano ‘Igreja Açores’. Os visitantes vão ter um “olhar interpretativo” sobre uma seleção de bens culturais propriedade da Paróquia de Santa Cruz da Praia, sob a perspetiva da Historia da Arte, e como plano de fundo os momentos mais marcantes da história da edificação desta igreja, das origens em 1460, ao Sismo de 1980. A exposição conta com cerca de centena e meia de bens culturais, que abrangem tipologias variadas como alfaias e equipamentos litúrgicos, escultura e pintura devocional, Talha, Azulejaria; a inauguração da ‘Exaltar’ comemora também os 45 anos da classificação da igreja matriz da Praia da Vitória como ‘Imóvel de Interesse Público’, e vai incluirá um momento musical pelo Coro ‘Pactis’. A igreja matriz da Praia da Vitória foi erguida em 1456, quando Jácome de Bruges, por iniciativa do primeiro capitão do donatário da então Vila da Praia, do complexo que compõe a igreja destaca-se o pórtico da fachada principal, e os dois portais laterais quinhentistas, ao estilo Manuelino, a grande rosácea gótica e no seu interior a talha barroca do século XVIII da Capela do Santíssimo Sacramento e a Capela-Mor com talha dourada barroca do século XIX. |