Angra: Diocese abre processo de beatificação e canonização de Maria Vieira da Silva

Bispo deseja que a jovem mártir terceirense seja modelo para os jovens de hoje

Angra, 03 fev 2018 (Ecclesia) – O bispo de Angra deu autorização para abertura do processo de beatificação e canonização de Maria Vieira da Silva, uma jovem mártir da ilha Terceira, Açores, com fama de santidade.

D. João Lavrador anunciou “aceder a tal pedido e começar com as diligências normativas para se prosseguir com o processo que conduzirá à decisão sobre a beatificação da jovem Maria Vieira da Silva”, como pode ler-se na nota pastoral.

Maria Vieira da Silva, uma jovem terceirense de 13 anos, era natural da paróquia de São Sebastião, e foi brutalmente martirizada por defender a preservação da sua virgindade até à morte, a 4 de junho de 1940.

“A fama de santidade vem desde o início. Ao local do seu martírio recorrem muitas pessoas em atitude de obter graças e, desde então até hoje, continua a sua fama de santidade e o desejo manifesto por inúmeras pessoas para que seja reconhecida como mártir pela Igreja e seja exposta como modelo de santidade para os jovens de hoje”, escreveu o prelado.

O bispo de Angra refere ainda “o parecer favorável da Conferência Episcopal Portuguesa e o ‘nihil obstat’ da Sagrada Congregação para as Causas dos Santos” na abertura do processo.

“A coragem e a valentia, a fidelidade e a coerência, que marcam a vida de Maria Vieira da Silva e que a levaram até ao martírio, são muito importantes para a vida da comunidade cristã, mas é igualmente um sinal luminoso para os jovens de hoje mergulhados numa cultura do prazer, do descartável, narcisista e sem raízes consistentes para a edificação da dignidade humana” refere ainda a nota pastoral.

Com a abertura do processo nesta fase diocesana D. João Lavrador pede orações a todos os diocesanos para que haja em breve o “reconhecimento oficial da santidade presente nela” e “a ela possam recorrer” como “irmã e intercessora”.

Homenagem a Maria Vieira da Silva

Maria Vieira da Silva, filha de pais católicos, e educada nos valores cristãos, “cedo aprendeu a colocar toda a sua vida ao serviço da vontade divina”, antes de morrer “pronunciou o nome do agressor e disse «que não lhe tinha raiva», «não lhe façam mal» exclamou, e que «lhe perdoava»”, refere a nota.

O processo, que começa a ser instruído na sua fase diocesana, tem como promotor o pároco de São Sebastião, Pe. Domingos Graça, e como postulador da causa o Cónego Manuel Carlos, pároco da Serreta.

O processo, que será necessariamente “longo, minucioso e oneroso” começa agora a ganhar forma com o início do trabalho das várias comissões – histórica e teológica- que irão contribuir para a sua instrução, o que exigirá recolha de testemunhos, análise de fontes históricas, documentos e tudo o que for relevante para justificar primeiro a beatificação e depois a canonização.

IA/SN

 

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Agência ECCLESIA

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