Angra: D. Armando Esteves Domingues afirma que «diluição espiritual» leva à perda de identidade dos povos

Bispo diocesano presidiu à Missa da solenidade da Imaculada Conceição

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Angra do Heroísmo, Açores, 08 dez 2025 (Ecclesia) – O bispo de Angra alertou hoje que a “diluição espiritual e cultural” de um povo significa a “perda da sua identidade”, sublinhando a ligação histórica de Portugal à Imaculada Conceição.

Na homilia da Missa a que presidiu no Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Angra, D. Armando Esteves Domingues afirmou que as nações só sobrevivem à erosão do tempo “se prosseguirem na fecundidade que lhes vem da sua espiritualidade e da sua cultura”.

O responsável católico recordou figuras como S. Nuno Álvares Pereira e D. João IV, notando que em Portugal a devoção mariana está ligada a “acontecimentos decisivos” da independência nacional.

Numa celebração transmitida pela televisão pública, o bispo de Angra refletiu sobre a postura do crente diante de Deus, contrastando o medo de Adão com a confiança de Maria.

“Deus não quer filhos com medo, que fujam e se fechem no negativo, mas que O amem e amem os irmãos”, declarou.

Para o responsável católico, o verdadeiro obstáculo na relação com o divino não é o pecado em si: “O que nos afasta de Deus não são as nossas culpas, mas a presunção de sermos superiores a tudo e todos, arvorados em substitutos ou representantes de Deus, justiceiros sem mácula”.

D. Armando Esteves Domingues afirmou que, “para compreender quem é Maria, é preciso o coração e, sobretudo, os joelhos”, pois a soberba afasta os fiéis.

No contexto do ano pastoral na diocese açoriana, que lança a pergunta “Cristão, que dizes de ti mesmo?”, o bispo desafiou os batizados a dar uma resposta de compromisso.

O responsável desejou que a Igreja seja, à imagem da Virgem, “esposa de Cristo, mãe dos pobres e consoladora dos aflitos, casa para todos, comunidade de irmãos, esperança dos mortais”.

A celebração decorreu no primeiro Santuário Mariano da diocese, criado em 1987 por D. Aurélio Granado Escudeiro, após a reabilitação da igreja na sequência do sismo de 1980.

A solenidade da Imaculada Conceição, que a Igreja Católica assinala anualmente a 8 de dezembro, é feriado nacional em Portugal, um reconhecimento à importância desta data na espiritualidade e identidade do país.

O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, a qual declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.

OC

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