Padre Filipe Diniz afirmou que os jovens «têm de ser sementes de esperança para o mundo de amanhã»

Calheta, São Jorge, Açores, 24 jul 2025 (Ecclesia) – O assistente nacional da Pastoral Juvenil, da Conferência Episcopal Portuguesa, associou-se ao “momento de comunhão com os jovens açorianos” da ‘Aldeia da Esperança’, na Caldeira da Fajã de Santo Cristo, na ilha de São Jorge.
“É muito bom, neste lugar específico… no silêncio e na natureza… é bom virmos até aqui e fazer esta experiência no silêncio, mas iniciando um momento de comunhão com os jovens de todo o mundo, a começar aqui nos Açores”, disse o padre Filipe Diniz, que chegou esta terça-feira a São Jorge, citado pelo portal online ‘Igreja Açores’.
A ‘Aldeia da Esperança’ mobilizou cerca de 300 jovens de sete ilhas dos Açores, não participam de duas, as ilhas do Corvo e da Graciosa, para uma semana de missão, descoberta e espiritualidade, de 21 a 25 de julho, até esta sexta-feira, na Caldeira da Fajã de Santo Cristo, Reserva da Biosfera na Ilha São Jorge.
“A presença aqui ajuda-nos a estar mais próximos de Deus… Temos de fazer com que o Céu aconteça no mundo e os jovens têm de ser mesmo sementes de esperança para o mundo de amanhã”, desenvolveu o assistente do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ), organismo da Igreja Católica em Portugal.
“Os jovens dos Açores têm muita pica e fazem a diferença com a sua energia. Vocês não tiveram medo de acreditar e de vir, aceitar este enorme desafio da Aldeia da Esperança. Vocês são, por isso, um sinal vivo de esperança; construam pontes., sejam pontes de esperança”, disse o padre Filipe Diniz, aos jovens, na Vigília de Oração, desta quarta-feira.
Com o tema ‘Jovem, anda p’ra cá’, a ‘Aldeia da Esperança’, da Diocese de Angra, tem um programa organizado em três jornadas: ‘Dia de Contemplação’, com dois trilhos; o ‘Dia da Descoberta’, constituído por várias oficinas, orientadas por congregações religiosas; o ‘Dia de Ação’, com atividades de campo, do cuidado da natureza ao cuidado do outro; as noites são, sobretudo, para atividades culturais, como concertos, cinema ao ar livre e vigília.
Esta terça-feira, no ‘Dia da Descoberta’, foram apresentadas figuras como modelos de juventude cristã comprometida, como os beatos Carlo Acutis e Pier Giorgio Frassati, suscitando reflexões vocacionais; estes dois beatos vão ser canonizados no dia 7 de setembro, pelo Papa Leão XIV, no Vaticano.
“Estou a gostar muito, não me arrependo de ter vindo. Carlo Acutis e Frassati… merecem ser santos e são”, disse Guilherme Resendes, de Rabo de Peixe, que participou na oficina das Servas de Nossa Senhora de Fátima.
Leila Câmara, de São Miguel, descobriu “mais sobre a vocação”, e destacou o acolhimento, muito bom, e conhecer “o testemunho das irmãs e de alguns sacerdotes, as suas opções de vida e o que elas implicam”.
Também da ilha de São Miguel, Natacha Miranda salientou que tocou na dimensão mais íntima da vocação, “é o que o coração escolhe e não a cabeça”, o que Jesus quer que façam da “vida”.
As oficinas são muitas e diferenciadas – Sou jovem, sou chamado; Sou jovem, cuido; Sou jovem, sou esperança; Sou jovem, sou futuro em construção (CNE – Escutismo Católico); Sou Jovem e Caminho (trilhos orantes na ‘aldeia’) -, que estão a ser orientadas pelas irmãs de São José de Cluni, Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, Aliança de Santa Maria, os Salesianos, a Casa do Povo de Santa Bárbara.
A Diocese de Angra destaca que a cruz, símbolo central do cristianismo, está também presente nestas oficinas, num desafio à construção de um futuro com sentido, fé e compromisso; os jovens participam também em ações de sensibilização ambiental e de limpeza da costa, orientados pelo Serviços do ambiente da ilha de São Jorge.
Joana Raposo, animadora de uma das oficinas ‘Sou Jovem, sou Missão’, inspirado no projeto Melika, desenvolvido pela congregação das Irmãs Doroteias em Angola, explica que “o grande objetivo” é mostrar aos jovens que “a missão pode acontecer ao lado, ou num outro país”.
“A importância do voluntariado é enorme, está a ser uma experiência bastante interessante, vou aprender bastante”, disse a jovem Sofia Rodrigues.
“Não desistam de impor a vossa vontade, de mostrar que são diferentes, e que com a vossa diferença estão dispostos a ter um lugar próprio na sociedade” – Vigário Episcopal para o Clero, padre José Júlio Rocha, que desafiou os jovens a resistir ao controle e à ditadura do algoritmo.
CB/PR
![]() A Diocese de Angra, através do seu sítio online ‘Igreja Açores’, informa que pelo menos 11 jovens micaelenses vão participar no Jubileu dos Jovens do Ano Santo 2025, com de mais de 11 mil portugueses, e peregrinos de 146 países, de 28 de julho a 3 de agosto, em Roma. “A Aldeia da Esperança é uma oportunidade de conhecer uma nova ilha; tem sido uma experiência fantástica a preceder o Jubileu em Roma. Estamos muito entusiasmados e ir a Roma depois de vir a São Jorge é muito bom”, disse Mariana Mestre, da Juventude Mariana Vicentina. Mariana Mestre e Matilde Gaspar, com mais nove elementos da Juventude Vicentina – de São Vicente Ferreira, Ouvidoria de Capelas, ilha de São Miguel, viajam este sábado para a capital italiana, a motivação começou durante a Jornada Mundial da Juventude 2023, em Lisboa. “Somos três famílias de São Vicente Ferreira. Estivemos na JMJ e quando o Papa anunciou o Jubileu, dissemos logo que queríamos ir. E por isso vamos. Angariámos fundos, unimo-nos e agora estamos a caminho”, acrescentou a jovem vicentina açoriana.
O despertar na ‘Aldeia da Esperança’ é com o toque do búzio, às 07h30 locais (mais uma hora em Lisboa) da manhã, como faziam no Seminário Episcopal de Angra, e após o pequeno-almoço começam as atividades, com a oração da manhã. Os trilhos na natureza podem terminar com um banho na lagoa da Caldeira da Fajã de Santo Cristo, após saírem do acampamento e passarem na Fajã dos Cubres, com uma atividade na igreja de Nossa Senhora de Lourdes, por exemplo, e regressarem pela Serra do Topo. Dentro do santuário, o Santíssimo está exposto das 8h00 às 23h00, e, diariamente, os religiosos e os sacerdotes estão disponíveis para escutar os jovens e celebrar o sacramento da reconciliação (confissão). Durante estes dias, foram preparadas cerca de 6 mil refeições, informou a equipa da cozinha e da logística. |
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