D. Armando Esteves Domingues encontrou-se com todas as comunidades e desafiou-as a serem «comunidades sinodais»
Angra do Heroísmo, Açores, 07 out 2024 (Ecclesia) – O bispo de Angra terminou a visita pastoral à ilha das Flores, este domingo, onde as comunidades assumiram uma nova organização pastoral, o Conselho Pastoral aprovou por unanimidade um compromisso que foi apresentado as fiéis, na celebração final.
“As reuniões que tivemos apontam para uma genuína vontade de corresponsabilidade no discernimento, na decisão e na ação, tendo por base uma verdadeira comunhão, uma empenhada participação e uma convicta disponibilidade para a missão, de todos em conjunto, no respeito pela pluralidade de opiniões e na diversidade dos carismas, reconhecendo a importância do ministério ordenado e do ministério laical como necessários para a vida da Igreja”, refere o compromisso, citado pelo portal online ‘Igreja Açores’.
O bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues, realizou a sua primeira visita pastoral, entre 29 de setembro e 6 de outubro, e começou pela ilha das Flores, onde encontrou-se com “todas as comunidades” desafiando-as a serem “comunidades sinodais”.
“Uma visita pastoral é também um momento de auto exame: aprendemos todos a partir da realidade e refletimos sobre ela e o que encontrei nas Flores foi uma baixa prática religiosa, com uma assiduidade a devoções particulares intensa e quem está nas comunidades são autênticas joias de doação, de entrega e de generosidade. Senti aqui muitas pessoas verdadeiramente missionárias.”
O compromisso aponta que uma Igreja Sinodal Missionária “precisa de paróquias sinodais, isto é, de comunidades paroquiais que incentivem a participação de todos os batizados”, precisa dos párocos e dos seus leigos, “unidos na oração, discernimento e zelo apostólico”, e explica que “não se trata de substituir uns pelos outros”, “nem de substituir padres por leigos”, mas de “caminharem como Igreja Povo de Deus”.
D. Armando Esteves Domingues, no balanço da visita, afirmou que uma das prioridades é seja uma comunidade de comunidades, “onde o sacerdote, sendo importante, é mais um membro dessa comunidade”.
As comunidades da ilha das Flores assumiram uma nova organização pastoral que aposta na transferência para “equipas eclesiais de padres e leigos” a coordenação de serviços e movimentos dentro da ouvidoria, a constituir Conselhos Económicos em todas as paróquias.
O “compromisso”, que foi lido pelo bispo de Angra na celebração de encerramento da vista pastoral, na festa de Nossa Senhora do Rosário, nas Lajes, foi assumido a partir da “vida concreta das 11 comunidades paroquiais”, marcada pela “progressiva desertificação, ausência de jovens e envelhecimento dos que mantém prática religiosa”.
No contexto da desertificação da ilha, o ponto mais ocidental da Europa, os conselheiros sugeriram o incentivo da “interparoquialidade” e, nas Flores, querem também desenvolver uma pastoral da mobilidade humana para “acolher e dialogar”, os imigrantes representam 8% da população – 207 estrangeiros e 3249 habitantes -, os turistas foram “mais de 9 mil, o triplo da sua população residente”.
O bispo de Angra reuniu duas vezes com o Conselho Pastoral de Ouvidoria das Flores – que tem representantes das 11 comunidades paroquiais e vai integrar pessoas de serviços e movimentos – vai ficar responsável pela calendarização de todas as atividades pastorais, articuladas com as diocesanas, e da Igreja universal, como o Jubileu da Esperança 2025.
Os católicos da Ilha açoriana das Flores assumiram também o compromisso de formar uma equipa de jovens da Ouvidoria, com um assistente padre, que vai participar na Assembleia de Jovens, na ilha Terceira, de 1 a 3 de novembro; a coordenação da catequese, por uma equipa de três catequistas leigos; o crescimento da Pastoral Litúrgica e Familiar, que são coordenadas por leigos; apoiar a nova direção da Cáritas da Ilha, que é presidida por um leigo, reforçar o relevo da Escola de Formação da Ouvidoria ‘Raízes de Esperança’, informa ainda o portal online ‘Igreja Açores’, da Diocese de Angra.
CB/OC