Angra: Bispo presidiu a sessão plenária do Conselho Presbiteral, que pediu «perdão por todos os abusos»

«Solidarizamo-nos com as vítimas, apoiando todos os que sofrem», afirmam no comunicado final da 46ª sessão

Foto Igreja Açores

Angra do Heroísmo, Açores, 28 abr 2023 (Ecclesia) – O bispo de Angra presidiu, pela primeira vez, a uma sessão plenária do Conselho Presbiteral, que refletiu, por exemplo, sobre o presbítero, a evangelização e ação social, e pediu “perdão por todos os abusos cometidos por membros da Igreja”.

“Vivendo este tempo eclesial de purificação e de pedido de perdão por todos os abusos cometidos por membros da Igreja, solidarizamo-nos com as vítimas, apoiando todos os que sofrem”, lê-se no comunicado final da 46ª sessão Plenária do Conselho Presbiteral de Angra, enviado à Agência ECCLESIA.

O bispo diocesano, D. Armando Esteves Domingues, na sessão de abertura da reunião do Conselho Presbiteral apresentou “considerações importantes e atuais” sobre a Igreja povo de Deus, sobre a Evangelização e sobre a sinodalidade, “dizendo da importância real e pastoral da instância sinodal que é o Conselho Presbiteral na diocese”.

‘O Presbítero numa Igreja toda evangelizadora e missionária’ foi o tema geral da 46ª Sessão Plenária do Conselho Presbiteral da Diocese de Angra, que foi refletido em três subtemas por grupos; este encontro realizou-se entre terça e quinta-feira, de 25 a 27 de abril, no Centro Pastoral Pio XII em Ponta Delgada.

No primeiro subtema, ‘Evangelização hoje e o Presbítero como homem de Deus’, afirmam que os presbíteros “necessitam de uma grande renovação e de muito acompanhamento”, e no âmbito das Zonas Pastorais, das Ouvidorias e diocese é necessário “encontrar respostas concretas e meios como retiros, recoleções e sessões para uma formação permanente e espiritualidade incarnada”.

Segundo o comunicado, “sentiu-se a necessidade de uma entidade para acompanhar o clero”, e, depois de diálogo e votação, este Conselho aprovou “a nomeação de um Vigário para o Clero”, que será também o “responsável pela formação dos padres”; o tema da Sessão Plenária do Conselho Presbiteral no próximo ano é ‘o Seminário e as Vocações’.

“Ainda no tema da comunhão, e dado que a fraternidade sacerdotal está ferida, foram sugeridas iniciativas de convívio entre os presbíteros, de ações de formação de relação humana e de apoio psicológico nas ouvidorias e Diocese para auxiliarem os padres no isolamento em que por vezes se encontram”, indicam.

Foto Igreja Açores

Este conselho também “aprofundou a necessidade urgente de se acabar com o clericalismo nas comunidades”, fazendo aparecer uma corresponsabilidade e liderança dos leigos na renovação das paróquias”, numa organização pastoral nova à base de conselhos pastorais atuantes, de trabalho atual de proximidade com as famílias, grupos bíblicos e com movimentos eclesiais que coloquem em movimento as comunidades, no subtema sobre o processo de Evangelização hoje e o presbítero “homem de comunhão” e servo da comunidade.

Foi identificada também a “necessidade de uma profunda formação laical” e de uma coordenação diocesana a ser feita pastoralmente, sobretudo com os serviços, movimentos e obras de apostolado.

No terceiro e último ponto, com o subtema a Evangelização numa Igreja serva e pobre com presbíteros, pastores do povo, analisaram a presença e as iniciativas da Igreja Católica “na área sócio caritativa e social”, que colocam a Igreja “numa luta contra a pobreza e num trabalho de desenvolvimento humano integral”.

Segundo o comunicado, a coordenação “nem sempre fácil de toda a pastoral social”, é feita pelo Serviço Diocesano da Pastoral Social, enquanto a Comissão Diocesana Justiça e Paz tem a “tarefa urgente” da comunicação formativa da doutrina da Igreja em matéria social.

O Conselho Presbiteral, que está a terminar o seu mandato e não se realizou em 2021 e 2022, respetivamente por causa da pandemia Covid-19 e pela “sede vacante” da diocese, “alegra-se e reforça a sua sintonia” no caminho com todas as dioceses portuguesas “rumo às Jornadas Mundiais da Juventude em Lisboa”, ao Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade, e deram “graças, em especial”, pelo trabalho do Movimento da Legião de Maria que celebra 50 anos na Diocese de Angra.

CB

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