Angra: Bispo disse ao novo diácono para ser «‘corista’ na comunidade cristã, e não ‘solista’»

«Servir, servir e servir! Dar a vida, dar a vida, dar a vida», indicou D. Armando Esteves Domingues

Foto: Igreja Açores/Hugo Silva

Angra do Heroísmo, Açores, 26 nov 2025 (Ecclesia) – O bispo de Angra presidiu à ordenação diaconal do seminarista Fábio Silveira, este domingo, na Solenidade de Cristo Rei e salientou que as leituras revelam uma realeza fundada na comunhão e não no poder, na homilia, na Sé.

“Vais publicamente manifestar a tua livre e definitiva entrega a Cristo na nobre vocação a que Ele te chama: servir, servir e servir! Dar a vida, dar a vida, dar a vida”, disse D. Armando Esteves Domingues, na homilia, citado pelo ortal online ‘Igreja Açores’.

O bispo de Angra explicou que o diácono é chamado a ajudar o bispo e os presbíteros na Palavra, no altar e na caridade como “servo de todos”, referindo que o Espírito Santo é o verdadeiro protagonista deste serviço.

“Somos irmãos e ministros para todos, não para nós mesmos ou para um grupo.”

Na Solenidade de Cristo Rei, D. Armando  Esteves Domingues evocou a figura de Jesus Crucificado, rejeitado pelos chefes e soldados, mas reconhecido por um dos ladrões, que “ao ver Jesus atormentado, adorou-o como se estivesse na glória”, e alertou para a “tirania do ego (…) que Jesus combateu”.

‘O Senhor é bom para aqueles que n’Ele esperam’, é o lema escolhido por Fábio Silveira, o bispo diocesano incentivou-o a deixar-se conduzir pelo Espírito para ser “homem de Deus, ‘corista’ na comunidade cristã, e não ‘solista’”.

“Estás pronto para usar como ‘armas’ o amor e a misericórdia; como ‘autoridade’ o serviço simples e humilde; e como ‘trono’, a cruz? Não esqueças que o primeiro que Jesus meteu no céu foi um ladrão… e com ele evangelizamos ainda hoje”, desenvolveu D. Armando Esteves Domingues, numa alusão ao Evangelho deste domingo.

Esta celebração teve a participação de vários fiéis, sacerdotes e os diáconos permanentes que foram ordenados em junho, e que foram instituídos nos ministérios de leitor e acólito juntamente com Fábio Silveira.

Natural do Pico, Fábio Silveira tem 36 anos de idade, o percurso vocacional começou aos 28 anos, e foi o último aluno formado integralmente na diocese, no Seminário Episcopal de Angra.

A Diocese de Angra tem quatro seminaristas, que estão a viver e a estudar na Diocese do Porto, desde o ano letivo 2024/2025, respetivamente no Seminário Maior de Nossa Senhora da Conceição e na faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP).

CB/OC

Foto: Igreja Açores/Antero Ávila

A Diocese de Angra celebrou o Jubileu diocesano da Música, onde reuniu filarmónicas, coros e grupos folclóricos, na memória de Santa Cecília, padroeira dos músicos, no sábado, 22 de novembro, e, após o desfile pelas ruas de Angra do Heroísmo, o bispo presidiu à Missa.

“O mundo precisa de alegria, precisa de esperança no meio da guerra, precisa de música, de dança, de filarmónica, de palavras… precisa de vós. Em cada esquina das nossas cidades, das nossas vilas, das nossas paróquias precisamos de jubileu que é esperança, que é Cristo”, afirmou D. Armando Esteves Domingues na Sé, que desafiou os músicos a colocar “os dons musicais ao serviço da transformação do mundo”.

O bispo de Angra refletiu sobre o significado espiritual do jubileu, que é mais do que ir “à Sé, pedir misericórdia e obter graças”, e comparou-o a uma composição “onde a música transcende a pauta”, referiu-se aos instrumentos do tempo bíblico “para chamar os animais”, e contou a história de Santa Cecília, a quem pediram que afinação “naquela tarefa mais difícil que é a vida”.

Aos músicos pediu que pensem no “dom que Deus deu e na capacidade de elevar irmãos magoados e desesperançados”, e incentivou os jovens a continuarem a “mudar o mundo” através da música e da arte.

“Cantai Cristo e a sua beleza sempre. A espiritualidade cristã é a mais bela da humanidade”, observou.

O portal online ‘Igreja Açores’ destaca ainda que a homilia do bispo diocesano abordou temas sensíveis, como o sofrimento humano, o envelhecimento e o suicídio, que classificou como “um golpe fatal no coração da humanidade”.

 

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