Angra: Bispo desinstalou os jovens dos «grupos muito cómodos e quentinhos», para irem «ao encontro dos que não caminham, dos mais pobres»

«O jovem foi feito para o caminho, sois feitos para o caminho. Sois feitos para Deus que é caminho» – D. Armando Esteves Domingues

Angra do Heroísmo, Açores, 14 abr 2025 (Ecclesia) – O bispo de Angra desafiou os jovens da ilha Terceira a levar a “esperança” a quem não a tem, “neste ano da alegria”, na vigília de oração da Jornada da Juventude, que presidiu, este sábado, na igreja da Ribeirinha.

“Neste ano da alegria levai esperança, correi a ver quem não a tem porque há muita gente que sorri mas lá por dentro anda triste. Levai a esperança à juventude de hoje; sede este farol de esperança, com Ele ireis sempre longe; com Ele também a Igreja dos Açores irá longe”, disse D. Armando Esteves Domingues, citado pelo portal na internet ‘Igreja Açores’ da Diocese de Angra.

O responsável diocesano afirmou que “quando a juventude arrefece o mundo treme de frio”, e na Igreja se não sentirem “a juventude na Igreja, ela treme de frio”.

Os jovens da ilha Terceira celebraram a sua Jornada da Juventude, excecionalmente, neste Domingo de Ramos, adiada de 24 de novembro de 2024 devido à ordenação de três sacerdotes, com o tema dessa edição, ‘Aqueles que esperam no Senhor caminham sem se cansar’, do livro do profeta Isaías (cf. Is 40, 31), este sábado e domingo, dias 12 e 13 de abril, respetivamente nas Paróquias da Ribeirinha e de São Sebastião, na Ouvidoria de Angra.

O Papa Francisco afirmou, na mensagem para a XXXIX (39.ª) Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2024), celebrada nas Igrejas particulares/dioceses, que os jovens devem partir não como “meros turistas”, mas “como peregrinos”, apesar das “situações dramáticas” que “impedem de olhar para o futuro com espírito sereno”.

“Vocês têm grupos muito cómodos e quentinhos, mas peço-vos que saiam,  que vão ao encontro dos que não caminham, dos mais pobres. Construí este porto de juventude que atrai um mar de jovens”, convidou D. Armando Esteves Domingues, que lamentou a falta de participação de jovens nas celebrações e na vida da Igreja, em geral.

O bispo de Angra acrescentou que, “às vezes, falta a alegria dos jovens nas celebrações”, deixam que as comunidades sejam feitas “só de cabelos brancos”, mas na Paróquia da Ribeirinha “pelos vistos não, parece que não há tristeza”.

“Deus não trabalha em fotocópias,  somos todos diferentes,  cada um é diferente, mas cada um conta, cada um é importante”, salientou, na vigília de oração, citando o Papa Francisco que prefere “gente cansada mas com esperança”.

Os jovens realizaram uma procissão eucarística, onde caminharam seguros a fitas presas na custódia, até à igreja da Ribeirinha, o responsável diocesano partilhou que “foi uma alegria”, “carregar o Senhor nas mãos” e levá-los “a todos, agarrados a estas fitas”.

“O jovem foi feito para o caminho, sois feitos para o caminho. Sois feitos para Deus que é caminho”, afirmou D. Armando Esteves Domingues, informa o sítio online ‘Igreja Açores’.

Foto: Igreja Açores/DS

Na ilha de São Jorge, o Jubileu dos Jovens realizou-se, este sábado, com três dezenas de participantes que participaram numa Via-sacra, peregrinaram entre a Fajã dos Cubres e a Caldeira da Fajã de Santo Cristo, a Igreja jubilar, rezaram pelo Papa e tiveram atividade desportiva, numa iniciativa organizada pelo Serviço de Desporto da ilha e a Pastoral Juvenil.

A JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

A celebração assinala-se anualmente, a nível diocesano – atualmente na solenidade de Cristo-Rei, último domingo do ano litúrgico, por decisão do Papa Francisco que transferiu do Domingo de Ramos, em 2020 -, e tem uma edição internacional, a cada dois ou três anos, numa grande cidade, para o encontro de jovens de todo o mundo com o Papa.

CB/OC

 

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