Angra: Bispo convida diocese a «pensar juntos, escutar, dialogar e discernir sem deixar ninguém de fora»

D. Armando Esteves Domingues vai começar visitas pastorais e espera «conhecer mais profundamente a geografia física, humana e religiosa» das nove ilhas

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Angra, 27 set 2024 (Ecclesia) – O bispo de Angra vai começar as visitas pastorais, este sábado, pela ilha das Flores, e escreveu uma carta ao Povo de Deus, onde espera que a diocese seja “um verdadeiro poliedro onde cada face é igualmente importante”.

“Vai ser bom encontrarmo-nos e ver que podemos fazer melhor, sobretudo se nos soubermos unir para pensar juntos, escutar, dialogar e discernir sem deixar ninguém de fora, zelando para que a nossa diocese seja um espaço cada vez mais justo e fraterno, mais plural e aberto, um verdadeiro poliedro onde cada face é igualmente importante”, escreve D. Armando Esteves Domingues, citado pelo portal online ‘Igreja Açores’.

A carta do bispo de Angra ao Povo de Deus dirigida a padres, diáconos, religiosos e religiosas, movimentos e serviços, crentes e pessoas de boa vontade, antes de começar a sua primeira visita pastoral à diocese, das quatro agendadas para este ano 2024/2025, e vai iniciar pelas ilhas mais pequenas do Arquipélago dos Açores; Flores, em setembro/outubro, e São Jorge em dezembro, em 2025, a Graciosa em fevereiro, e a ilha de Santa Maria em março.

“Vamos fortalecer a comunhão fraterna entre nós para nascerem as estruturas necessárias, e se relançar a esperança numa Igreja mais ministerial e missionária.”

“Somos companheiros da mesma viagem” afirma, na carta ao Povo de Deus que é inspirada nos discípulos de Emaús no Evangelho de Lucas, onde os diocesanos são convidados a encontrar a mesma esperança no Ressuscitado, que os discípulos encontraram.

“Para nós, Igreja açoriana, encetar caminhos de esperança pede o passo, mesmo se pesado, de cada um; precisa da palavra, mesmo se triste, de cada caminhante; precisa de coração aberto à escuta de uma outra Palavra; precisa de coração quente e não apenas de mente e lógica humanas; precisa do Ressuscitado na história de cada um para dar sentido ao que é comum”, desenvolve.

Foto: COD Angra

D. Armando Esteves Domingues assinala também a “perda da vivacidade comunitária nas paróquias” e indica a necessidade de um maior e melhor acolhimento “a quem é diferente, a quem tem necessidades especiais” e “quer ser incluído”.

“É meu desejo conhecer o que se faz nas paróquias e ouvidorias no anúncio da Palavra (evangelização), no cuidado com os pobres (caridade) e na oração e Sacramentos, em especial a Eucaristia (liturgia)”, acrescentou, e espera “conhecer mais profundamente a geografia física, humana e religiosa das nove ilhas”.

O responsável diocesano destaca que sinodalidade, fraternidade e esperança são, hoje, “autênticos laboratórios de experimentação do futuro”.

“Há muitas razões para a esperança; há muitas sementes; Desejo agradecer tudo o que se faz e perceber as dificuldades e sinais de crise para discernirmos em conjunto os tais caminhos novos e seguir.”

D. Armando Esteves Domingues tomou posse como bispo de Angra no dia 15 de janeiro de 2023, e vai começar as visitas pastorais na ilha das Flores, entre 28 de setembro e 6 de outubro, que tem uma Ouvidoria e 11 paróquias em três zonas pastorais – de Santa Cruz, das Lajes e das Fajãs -, um diácono e três padres, e 27 impérios/irmandades.

O bispo espera que a Ouvidoria das Flores seja “uma verdadeira comunidade de comunidades” e saudou os moradores que “vieram de outros países e culturas e partilham os mesmos espaços desta bela e abençoada Ilha das Flores”, segundo os censos, entre os 3429 habitantes, 207 pessoas vieram de países da América, Ásia, África e Europa.

A Diocese de Angra está a viver o Itinerário Pastoral 2023/25, com o título ‘Todos, todos, todos, Caminhar na Esperança’, uma caminhada até aos 500 anos da sua fundação, em 2034.

CB/OC

 

Angra: Bispo inicia visitas pastorais nas Flores, a ilha mais periférica da diocese

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