Uma vigília de solidariedade para com a Associação Justiça Paz e Democracia (AJPD) será realizada no pátio da paróquia da Sagrada Família, neste dia 24 de Novembro. A iniciativa emerge de um conjunto de membros da sociedade civil em Luanda, agastados com a decisão do Tribunal Provincial local de julgar, no próximo dia 28, a direcção da AJPD sob a acusação de difamação e injúria à pessoa de Paulo Tjipilica, actual provedor da Justiça. Orações por entre apelos para maior liberdade dos cidadãos constituirão os principais momentos da vigília. O padre Jacinto Pio Wakussanga manifestou à Rádio Ecclesia a necessidade de se acompanhar a AJPD: “O fundamental é encorajar os nossos irmãos da AJPD para eles sentirem que não estão sozinhos e que a nossa solidariedade os acompanha neste momento de provação”. O sacerdote questiona-se sobre as razões que estarão por detrás de investidas da justiça angolana contra membros da sociedade civil organizada: “Dentro da sociedade angolana está-se a verificar uma espécie de cerceamento das liberdades fundamentais dos cidadãos”. O padre salienta que “o objectivo fundamental não consiste em condenar ‘a’ ou ‘b’ pessoalmente, mas consiste em criar um espaço em que essas liberdades não se desenvolvam nem sequer se manifestem e a estratégia é exactamente a de atingir as pessoas e os grupos que servem de referência para esse desenvolvimento e afirmação das liberdades fundamentais”, disse. O padre Pio Wakussanga afirma que o papel da AJPD pode criar incómodos, mas deve continuar para o fortalecimento de um dos pilares do estado democrático que Angola se comprometeu assumir.
