A organização não-governamental Médicos sem Fronteiras (MSF) alertou para a elevada taxa de mortalidade infantil em Angola, que é “quase três vezes mais alta do que os níveis registados nos países em desenvolvimento”. Na província da Lunda Norte morrem em média por dia três em cada dez mil crianças com menos de cinco anos. Os dados são apresentados num estudo da MSF, realizado entre Janeiro e Abril na província da Lunda Norte. Mais de metade destas mortes infantis são devidas à malária. “É alarmante. A falta de cuidados médicos em locais como Xa-Muteba é difícil de explicar para um país em paz que tem tantos recursos”, acusou Hernan Del Valle, da MSF, numa conferência de imprensa realizada em Joanesburgo. Angola é actualmente o segundo maior produtor petrolífero da África subsariana, um importante produtor diamantífero e o PIB angolano apresentou um crescimento de 18% no ano passado. Durante a guerra várias doenças tornaram-se endémicas em Angola, como a malária e a cólera. Mas a MSF considera que se registaram “poucas melhorias” na assistência médica com o final dos conflitos: “No terreno, não víamos chegar medicamentos, não víamos pessoal de saúde”, lamentou Hernan Del Valle.