Angola: Jubileu da Esperança foi «bússola» num país marcado pela «fome» e repressão, diz Frei Danilson Lopes

Religioso dominicano sublinha contraponto com situação social de crescente opressão e pobreza

Foto Agência ECCLESIA/LFS

Lisboa, 27 dez 2025 (Ecclesia) – O frade dominicano Danilson Lopes afirmou que o Jubileu de 2025 foi vivido com “muita intensidade” em Angola, servindo de contraponto a um contexto social de crescente opressão e pobreza.

No dia em que a Igreja Católica encerra as Portas Santas nas dioceses de todo o mundo, o religioso descreveu o Ano Santo como uma experiência “prática e viva” para os angolanos.

“A esperança, no nosso contexto em que tudo parece não estar a funcionar, é fundamental”, indicou o religioso, em declarações à Agência ECCLESIA.

“Angola nos últimos tempos tem estado a ver o seu espaço cívico fechado, tem estado a ver um governo cada vez mais opressor, mais repressor da população, e cada vez mais fome e pobreza crescem”, acrescentou.

Para o frade dominicano, a vivência deste ano tocou nas necessidades básicas da população: “A esperança para os angolanos toca em tudo. Toca no estômago, toca na escola das crianças, toca na segurança. Não é algo distante da vida de cada dia”.

Danilson Lopes sublinhou que, nas paróquias angolanas, a oração do Jubileu passou a ser rezada de cor, não apenas como uma fórmula decorada, mas como expressão de uma identidade de “peregrinos”.

“Se não houvesse esperança de uma coisa melhor, de um país melhor, não valia muito a pena continuar a caminhar. Mas vemos os angolanos sempre resilientes”, concluiu.

Convocado pelo Papa Francisco através da bula ‘Spes non confundit’ (A esperança não engana), o Ano Santo encerra-se este domingo nas dioceses de todo o mundo.

O 27.º Jubileu ordinário da história da Igreja Católica, iniciado na Noite de Natal de 2024, terá a sua conclusão a 6 de janeiro de 2026, no Vaticano, sob a presidência de Leão XIV, com o fecho da Porta Santa na Basílica de São Pedro.

LFS/OC

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