A Igreja Católica em Angola considera que ainda há “apreensões” em relação às legislativas que se avizinham, mas desafia os eleitores a votar sem temores e a dar uma resposta aos políticos de que não desejam a guerra. “Apreensões há, não o podemos negar, porque a experiência de 1992 foi dura e marcou muito as pessoas”, afirmou à Agência Lusa o padre José Imbamba, director de comunicação da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST). “Muita gente está apreensiva, razão pela qual os bispos apelam a todas pessoas no sentido de não temerem [o voto], porque a participação cívica nas eleições é uma ocasião que cada cidadão deve aproveitar da melhor forma possível”, frisou o responsável pela organização que congrega os bispos de Angola e de São Tomé e Príncipe. No entanto, segundo o responsável pela CEAST, “o que se está a sobrepor é uma vontade de paz”. Os bispos angolanos, frisou, verificam que os angolanos têm “a consciência clara” de que já não existem dois exércitos, como em 1992, e desafiam os angolanos a “dar uma resposta boa aos políticos, porque os políticos têm de ter presente que as pessoas não estão para a guerra”. Numa nota divulgada há um mês no Lubango, os bispos de Angola saudaram a fixação das legislativas para 5 de Setembro e consideraram que “o melhor modo de evitar uma guerra é fazer eleições que sejam incontestáveis porque livres, justas e transparentes”. Redacção/Lusa