Bispos reagem a onda de violência que provocou mortos e feridos em várias cidades, convocando Missas de «desagravo»

Luanda, 02 ago 2025 Ecclesia) – A Conferência Episcopal de Angola condenou hoje os “gravíssimos acontecimentos” no país, que incluíram assassinatos e ferimentos durante a greve de taxistas de três dias em Luanda, Huambo, Benguela e Huíla.
“É deveras deplorável a situação em que nos encontramos presentemente em Angola. É grande o nosso choque, porque também grande a inesperada e elevada proporção de todos os fatores e atores em ação e em omissão, assim como as consequências a curto, médio e longo prazos de tudo isso. E não foi por falta de aviso”, indicam os bispos, numa nota pastoral divulgada esta sexta-feira.
O título, intitulado ‘Quem não tem pecado atire a primeira pedra’, aborda os “gravíssimos acontecimentos destes dias 28 a 30 de julho de 2025, em combinação com o que lhes precedeu e com o que lhes segue e continuará a seguir, só orgulham os narcisistas, angolanos ou não”.
No seu último balanço, as autoridades angolanas deram conta de 30 mortos, 277 feridos e 1515 detenções em várias províncias do país, nos três dias (entre segunda e quarta-feira) de protestos, marcados por atos de vandalismo e pilhagens.
“Nunca mais aos erros que nos levaram ao presente rasto dramático e traumático de mortes de inocentes, de feridas físicas, psicológicas e morais profundas, de danos económicos, sociais, políticos e reputacionais e tantos outros, cuja reversão ser-nos-á muito dolorosa, quiçá impossível nalguns casos”, advertem os bispos de Angola.
A Conferência Episcopal convoca ao “espírito de perdão e de responsabilização” da sociedade e das comunidades católicas, pedindo que as Missas de segunda-feira sejam “de desagravo devido aos últimos acontecimentos” no país.
OC