Francisco lembra os «tempos conturbados e difíceis» em que foi arcebispo de Luanda
Cidade do Vaticano, 30 set 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco expressou a sua comunhão pelo falecimento do cardeal D. Alexandre Nascimento, arcebispo emérito de Luanda (Angola), um “homem corajoso e livre”.
“A fé em Cristo e a esperança na vida eterna fizeram dele um homem corajoso e livre, capaz de orientar os seus passos em prol do bem comum, tendo inclusive colaborado com esta Sede Apostólica no seu zelo em favor dos mais pobres e necessitados, ao guiar os rumos da Cáritas Internacional”, afirma o Papa no telegrama de condolências enviado hoje ao atual arcebispo de Luanda, D. Filomeno Vieira Dias.
Francisco expressa “pesar” pela notícia da morte do cardeal Alexandre do Nascimento e dirige à Arquidiocese de Luanda e aos familiares e “a quantos se entristecem em Angola com a partida de tão ilustre pastor” a comunhão da sua oração, “para que a ninguém falte o conforto da ressurreição”.
Recordo os cuidados dispensados pelo querido dom Alexandre ao seu rebanho, em tempos conturbados e difíceis, tendo sido para todos expressão do rosto misericordioso de Jesus, Bom Samaritano da humanidade”, acrescenta o Papa.
O cardeal Alexandre do Nascimento, que faleceu no dia 28 de setembro, aos 99 anos de idade, nasceu em Malanje, a 1 de março de 1925, e foi ordenado padre em Roma, onde estudou, a 20 de dezembro de 1952.
De regresso a Angola, foi professor de Teologia e jornalista, entre outras missões, antes de ser exilado de Angola em 1961, passando a residir em Lisboa.
Dez anos depois, o então sacerdote voltou a Luanda, onde assumiu funções como secretário-geral da Cáritas de Angola e presidente do Tribunal Eclesiástico de Luanda.
A 10 de agosto de 1975, Paulo VI nomeou-o bispo de Malanje, tendo sido ordenado a 31 do mesmo mês, na Catedral de Luanda; a 3 de fevereiro de 1977, foi nomeado para a nova Sé Metropolitana do Lubango.
A 15 de outubro de 1982 foi raptado – durante uma visita pastoral – por um grupo de homens armados, que o libertaram a 16 de novembro seguinte; foi criado cardeal a de 2 de fevereiro de 1983, por São João Paulo II.
O Papa polaco nomeou-o arcebispo de Luanda a 16 de fevereiro de 1986, tendo permanecido nessa missão até 23 de janeiro de 2001.
Em 2010, o então presidente da República Portuguesa Aníbal Cavaco Silva condecorou o cardeal angolano com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, distinguindo o papel de D. Alexandre do Nascimento na reconciliação nacional e no apoio aos mais desfavorecidos, em Angola.
OC/PR