Responsáveis jesuítas analisam impacto do documento do Papa Francisco
01 abr 2017 (Ecclesia) – O primeiro aniversário da exortação ‘Amoris Laetitia’, com as conclusões das assembleias do Sínodo dos Bispos sobre a Família, vem mostrar a necessidade de enfrentar os temas difíceis ligados ao mundo contemporâneo, referem dois responsáveis jesuítas.
O padre Vasco Pinto Magalhães comenta em entrevista a pedagogia de misericórdia proposta pelo Papa, falando num “documento com uma força eclesial maior do que é normal”.
O sacerdote jesuíta sublinha que Francisco “não foge a questões difíceis”, sem “romper nada” em relação ao Direito Canónico ou à Teologia Sacramental, e abre novas perspetivas em relação à preparação dos casais.
“Eu diria que mais do que preparação para o casamento, devia ser uma preparação para ser família, porque casar é uma coisa, outra coisa é constituir uma família. São dois, um homem e uma mulher, que se decidem a constituir uma família. É criar um edifício, é fazer a casa”, precisa.
Já o jesuíta Miguel Almeida elogia a atitude pastoral revelada por Francisco.
“O Papa não abdica da norma universal da Igreja e continua a afirmar que a lei e a regra têm todo o sentido como um objetivo normativo e universal. Mas o documento preocupa-se com a inculturação da regra e norma universal nas situações concretas e subjetivas de cada pessoa. Há um percurso a fazer e este percurso é feito pelo discernimento. É de um grande realismo”, refere à Agência ECCLESIA.
O professor de Teologia Pastoral observa que “em lado nenhum o Papa indica que os recasados devem comungar”, mas que “devem dar início do processo de discernimento, acompanhado por um pastor, que tenha presente as normas da Igreja, as normas o bispo e a situação concreta de cada um”.
Os temas da família estiveram no centro de duas assembleias do Sínodo dos Bispos, em outubro de 2014 e 2015, por decisão de Francisco, antecedidas por inquéritos enviados às dioceses católicas de todo o mundo.
A exortação apostólica pós-sinodal ‘Amoris Laetitia’ está no centro da mais recente edição do Semanário ECCLESIA.
OC