América Latina: Papa destaca necessidade de lutar «as injustiças e a corrupção»

Numa mensagem à Fundação Populorum Progressio, Francisco fala num território com um futuro adiado

Cidade do Vaticano, 12 dez 2017 (Ecclesia) – O Papa destacou hoje a necessidade de trabalhar a favor da dignificação de todos os povos e comunidades da América Latina, “sem excluir ninguém”, e de lutar contra “as injustiças e a corrupção” naquele território.

Numa mensagem enviada aos membros da Fundação Populorum Progressio, que estão em Roma a comemorar os 25 anos de criação daquele organismo, Francisco realça que “apesar das potencialidades dos países latino-americanos, a atual crise económica e social, agravada pelo flagelo da dívida externa que paralisa o desenvolvimento, atingiu a população e incrementou a pobreza, o desemprego e a desigualdade social”.

“Ao mesmo tempo, contribuiu para a exploração e para o abuso da nossa casa comum, num nível que jamais teríamos imaginado antes”, frisa o Papa argentino, que esta tarde celebra a solenidade de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina.

Sobre a Fundação Populorum Progressio, Francisco lembrou o impulso que levou São João Paulo II a criar aquele organismo: Manifestar a proximidade do Papa e da Igreja Católica “às pessoas que não têm nem mesmo o indispensável para viver”.

“As iniciativas levadas a cabo por este organismo querem ser uma manifestação do amor de Deus e da presença materna da Igreja no meio de todos os homens, sobretudo dos mais pobres entre os pobres”, escreve Francisco, num documento divulgado pela Rádio Vaticano.

O Papa argentino destaca também os cerca de 4400 projetos implantados pela Fundação ao longo dos últimos 25 anos, e frisa a importância de “um compromisso mais sólido” para a América Latina, de modo a “melhorar as condições de vida de todos, sem excluir ninguém, e lutar contra as injustiças e a corrupção”.

“Quando um sistema económico centra a sua ação apenas no deus-dinheiro, abre espaço para as políticas de exclusão e tira lugar ao homem e à mulher. E é aqui que surge a cultura do descartável”, acrescenta.

O Papa conclui a sua mensagem enaltecendo a opção da Fundação Populorum Progressio pelas “comunidades mais vulneráveis“ da América Latina, uma missão que é preciso continuar sempre e que vai ser abordada  em 2019 no Sínodo para a Amazónia.

“Eu vos encorajo a trabalhar a favor do desenvolvimento humano integral e do bem comum no nosso Continente americano, para que a colaboração entre todos contribua para a criação de um mundo sempre mais justo e mais humano, que veja a face de Cristo em cada irmão e irmã das populações mais marginalizadas da América Latina, seguindo o exemplo que Santa Teresa de Calcutá nos deixou”, termina Francisco.

JCP

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Agência ECCLESIA

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