América Latina: Papa chegou à Bolívia para visita de três dias

Francisco vai permanecer menos de quatro horas em La Paz, por causa da altitude, seguindo para Santa Cruz de la Sierra

La Paz, 08 jul 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco chegou hoje à Bolívia, segunda etapa da viagem à América Latina que iniciou no domingo, onde foi recebido pelo presidente Evo Morales, autoridades civis e religiosas.

O voo da Boliviana de Aviación chegou às 17h11 locais (22h11 em Lisboa), após um percurso de três horas desde o Equador, com uma hora de atraso em relação ao horário inicialmente programado.

O Papa vai estar menos de quatro horas na capital boliviana, La Paz, procurando amenizar os efeitos da altitude (mais de 3600 metros), num programa que inclui um encontro com as autoridades civis na catedral local.

Francisco segue depois para a cidade de Santa Cruz de la Sierra, não sem antes passar pelo local do assassinato do padre jesuíta Luis Espinal, morto em março de 1980.

Já na quinta-feira, o Papa preside à única Missa em solo boliviano, na Praça de Cristo Redentor, na abertura do 5.º Congresso Eucarístico Nacional.

A celebração vai contar com orações em línguas indígenas, especificamente o guarani, quíchua e aimará.

Nesse mesmo dia, reúne-se com o clero e os religiosos bolivianos, antes de participar no II Encontro Mundial dos Movimentos Populares na ‘Expo Feria’, com o tema ‘Terra, casa e trabalho. Direitos sagrados. Bens primários’.

Para o cardeal Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz – que juntamente com a Academia Pontifícia das Ciências Sociais colabora para a realização deste evento – trata-se de um acontecimento particularmente significativo.

“No contexto desta viagem, [o encontro] serve sobretudo para despertar: despertar os governos e as consciências. Porque é que existem tantos cidadãos que, apesar da presença de estruturas e de um governo democrático, se encontram nesta situação de marginalização?”, precisou, em declarações à Rádio Vaticano.

Em Santa Cruz de la Sierra vão estar reunidos mais de 1500 delegados, a maioria provenientes do Brasil e da Argentina, mas também do Chile, Costa Rica, Colômbia, Haiti, República Dominicana, México, Equador, El Salvador, Estados Unidos da América, Índia, Quénia, Itália, entre outros.

A cidade, uma zona industrial e rica em recursos naturais, foi o centro das manifestações contra o Governo de Morales, em 2008, na sequência de referendos não autorizados sobre autonomia regional, assistindo a confrontos que envolveram organizações indígenas.

A sexta-feira começa no Centro de Reeducação Santa Cruz-Palmasola, com mais de5 mil detidos, a que se segue um encontro com os bispos da Bolívia na igreja paroquial La Santa Cruz e a cerimónia de despedida no aeroporto internacional Viru Viru.

Depois do Equador e da Bolívia, Francisco vai estar no Paraguai até 13 de julho; o Papa vai percorrer 24730 quilómetros (equivalente a mais de meia volta ao mundo), em sete voos que totalizam cerca de 33 horas.

O único pontífice a visitar até hoje estes três países sul-americanos foi São João Paulo II, em 1985 (Equador) e 1988 (Bolívia e Paraguai).

OC

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Agência ECCLESIA

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