Francisco presidiu a Missa para milhares de pessoas na cidade de Holguín
Holguín, Cuba, 21 set 2015 (Ecclesia) – O Papa elogiou hoje em Cuba o “esforço e sacrifício” da Igreja Católica neste país, durante a Missa a que presidiu na cidade oriental de Holguín, que acolheu pela primeira vez uma visita pontifícia.
“Sei com que esforço e sacrifício trabalha a Igreja em Cuba para levar a todos, mesmo nos lugares mais remotos, a palavra e a presença de Cristo”, disse na homilia que proferiu diante de milhares de pessoas, incluindo o presidente cubano Raúl Castro, na Praça da Revolução ‘Calixto García Iñiguez’, a primeira vez que este espaço é usado para celebrações religiosas.
Francisco sublinhou em particular o trabalho nas chamadas «casas de missão», que permitem a muitas pessoas, dada a escassez de templos e sacerdotes, “ter um espaço para a oração, a escuta da Palavra, a catequese e a vida comunitária”.
O Papa chegou a esta cidade – onde Cristóvão Colombo terá desembarcado em 1492 – ao início da manhã, vindo de Havana, no terceiro dias desta sua primeira viagem a Cuba.
A homilia da celebração desafiou os católicos a partilhar a “ternura e misericórdia” de Jesus pelos doentes, os presos, os idosos e as famílias em dificuldade.
“Uma vez mais somos chamados a aprender de Jesus, que olha sempre para o que há de mais autêntico em cada pessoa, isto é, a imagem de seu Pai”, apelou.
A intervenção partiu da figura do apóstolo e evangelista Mateus, cuja festa litúrgica se celebra hoje.
O Papa falou na “história duma conversão”, por iniciativa de Jesus – que inspirou Jorge Mario Bergoglio na escolha do seu lema episcopal, ‘Miserando atque eligendo’, “olhou-o com misericórdia e escolheu-o”.
Mateus era um publicano, ou seja, cobrava os impostos dos judeus para os entregar aos romanos, e era considerado como um “traidor”.
“Para Mateus e para quantos sentiram sobre si o olhar de Jesus, os compatriotas deixam de ser aqueles à custa de quem «se vive», usando e abusando deles. O olhar de Jesus gera uma atividade missionária, de serviço, de entrega”, explicou.
A homilia concluiu-se com uma evocação da Virgem da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba.
“Peço-Lhe que mantenha, sobre todos e cada um dos filhos desta nobre nação, o seu olhar materno e que estes seus «olhos misericordiosos» velem sempre por cada um de vós, vossas casas, famílias, pelas pessoas que possam sentir que não há lugar para elas”, disse Francisco, que antes da Missa tinha parado em oração diante da imagem de Nossa Senhora.
A Virgem da Caridade foi encontrada na Baía de Nipe, território de Hilguín por três homens, tendo passado por várias localidades até ser instalada em Santiago, próxima etapa da viagem do Papa.
Após a Missa, Francisco vai almoçar na sede episcopal de Holguín antes de seguir para a chamada ‘colina da cruz’, a fim de abençoar a cidade desde o grande crucifixo que ali se ergue.
OC