América 2015: Papa alerta para pessoas sem direito de «cidadania» nas grandes cidades

Mais de 20 mil pessoas participam na Missa presidida por Francisco no Madison Square Garden

Nova Iorque, Estados Unidos da América, 25 set 2015 (Ecclesia) – O Papa recordou hoje em Nova Iorque as pessoas excluídas e sem direito de “cidadania” nas grandes cidades, durante uma Missa que reuniu mais de 200 mil pessoas no Madison Square Garden.

“As grandes cidades escondem o rosto de muitos que parecem não ter cidadania ou ser cidadãos de segunda categoria”, alertou, na homilia da celebração.

Francisco recordou as vozes “silenciadas” dos muitos que “não têm «direito» à cidadania, não têm direito a fazer parte da cidade”, em particular os estrangeiros e os seus filhos, as pessoas privadas de assistência médica, os sem-abrigo, os idosos sozinhos – postos à margem num “anonimato ensurdecedor”.

Todas estas pessoas, acrescentou, “passam a fazer parte duma paisagem urbana que lentamente se torna natural”, deixando de provocar qualquer reação.

“Deus vive nas nossas cidades, a Igreja vive nas nossas cidades e quer ser fermento na massa, quer misturar-se com todos, acompanhando a todos, anunciando as maravilhas daquele que é Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz”, realçou.

Nesse sentido, o Papa destacou a necessidade de reconhecer no “outro”, de modo especial o mais necessitado, um “irmão”.

“Deus é nosso Pai. Ele caminha ao nosso lado, liberta-nos do anonimato, duma vida sem rostos, vazia, e introduz-nos na escola do encontro”, defendeu.

Numa Missa pela paz e a justiça, o Papa admitiu que viver numa grande cidade é” algo de bastante complexo”, um contexto multicultural com “grandes desafios” e que recorda também a riqueza da “variedade de culturas, tradições e histórias”.

Francisco dirigiu-se aos cristãos, pedindo que sejam capazes de testemunhar, nas metrópoles contemporâneas, a “esperança” que impede as pessoas se isolarem, de “ignorar a vida dos outros”.

“Uma esperança que nos chama a entrever, no meio do «smog», a presença de Deus que continua a caminhar na nossa cidade”, prosseguiu.

O Papa aludiu ao local da celebração da Missa, o Madison Square Garden, “lugar emblemático” de Nova Iorque, símbolo das cidades multiculturais.

“Hoje, com o profeta, podemos dizer: o povo que caminha, respira, vive no meio do «smog», viu uma grande luz, experimentou um ar de vida”, afirmou, numa passagem sublinhada por uma salva de palmas dos presentes.

Esta Missa foi o último ato público do Papa em Nova Iorque, dado que Francisco segue este sábado para Filadélfia, onde vai presidir às cerimónias conclusivas do 8.º Encontro Mundial das Famílias.

OC

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Agência ECCLESIA

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