América 2015: Igreja abre braços a todas as famílias

Papa Francisco presidiu a Missa final do Encontro Mundial das Famílias em Filadélfia

Filadélfia, Estados Unidos da América, 27 set 2015 (Ecclesia) – O Papa disse hoje em Filadélfia que a Igreja Católica está pronta a colaborar com todos os que partilham o seu projeto para a família, independentemente de credo ou raça.

“Toda a pessoa que desejar formar, neste mundo, uma família que ensine os filhos a alegrar-se com cada ação que se proponha vencer o mal – uma família que mostre que o Espírito está vivo e operante –, encontrará a nossa gratidão e a nossa estima, independentemente do povo, região ou religião a que pertença”, referiu, na homilia da Missa conclusiva do 8.º Encontro Mundial das Famílias (EMF), perante uma multidão estimada em cerca de um milhão de pessoas.

Francisco sublinhou a dimensão desta participação, um facto “profético, uma espécie de milagre no mundo de hoje”, que está "cansado".

“Nós cristãos, discípulos do Senhor, pedimos às famílias do mundo que nos ajudem”, assumiu, elogiando os “milagres do amor” que existem em tantos lares, convidando os pais a deixar os "gritos" e a falar "com amor e ternura".

Este grande encontro nos Estados Unidos da América antecipa as preocupações que vão estar no centro do Sínodo dos Bispos, sobre o tema ‘A Vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo’ (4-25 de outubro, Vaticano).

A multidão enche o Benjamin Franklin Parkway, naquele que é o último ato público da décima viagem ao estrangeiro deste pontificado.

Francisco partiu das leituras bíblicas que tinham sido proclamadas para sublinhar que Moisés e Jesus censuram alguns colaboradores “por serem de mente tão fechada”.

“Jesus encontra hostilidade nas pessoas que não aceitaram aquilo que fazia e dizia. Para elas, a abertura de Jesus à fé honesta e sincera de muitas pessoas, que não faziam parte do povo eleito de Deus, parecia intolerável”, acrescentou.

A intervenção referiu a necessidade de confiar na “liberdade de Deus” e “no modo de agir do Espírito”, mesmo quando foge à “burocracia, o oficial e os círculos restritos”.

“Não ponhais obstáculo ao que é bom – diz Jesus –, antes pelo contrário, ajudai-o a crescer. Pôr em dúvida a obra do Espírito, dar a impressão de que a mesma não tem nada a ver com aqueles que não são «do nosso grupo», que não são «como nós», é uma tentação perigosa”, advertiu.

O Papa dirigiu-se depois às famílias católicas, “igrejas domésticas” onde “a fé se torna vida e a vida se torna fé”.

“Renovemos a nossa fé na palavra do Senhor, que convida as nossas famílias para esta abertura; que convida todos a participarem na profecia da aliança entre um homem e uma mulher, que gera vida e revela Deus”, apelou.

Francisco acrescentou, por outro lado, que a busca de um desenvolvimento “sustentável e integral” já não pode tolerar “divisões estéreis”.

A homilia concluiu-se com um pedido, em forma de oração, no habitual estilo coloquial do Papa: “Que Deus nos conceda a todos, como discípulos do Senhor, a graça de ser dignos desta pureza de coração que não se escandaliza do Evangelho”.

No final da Missa, o Papa agradeceu aos presentes pela sua participação e "amor pela família", renovando o pedido de orações por si.

OC

Notícia atualizada às 21h45

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