Francisco vai ser recebido por Barack Obama, antes de discursar no Congresso dos EUA e na sede da ONU
Lisboa, 22 set 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco começa hoje em Washington a sua primeira visita aos Estados Unidos da América (EUA), onde deve abordar temas como a família, o aborto, a ecologia ou a liberdade religiosa.
Francisco vai ser acolhido pelas 16h00 (21h00 em Lisboa) pelo presidente Barack Obama e a sua família na base aérea de Andrews, mas a cerimónia oficial de boas-vindas está marcada para a manhã de quarta-feira, na Casa Branca.
“Durante a visita, o presidente e o Papa vão continuar o diálogo começado durante a visita do presidente ao Vaticano, em março de 2014”, refere a página da Presidência dos EUA, acrescentando que em cima da mesa estão temas como a pobreza, o desenvolvimento económico, a defesa do meio ambiente, a integração dos imigrantes ou a proteção de minorias e promoção da liberdade religiosa.
Logo na primeira Missa a que vai presidir no Santuário nacional da Imaculada Conceição, em Washington, o Papa e os participantes na celebração vão rezar por uma cultura que respeite “ a vida de todas as pessoas, em especial dos idosos e dos que ainda não nasceram”.
A prece apela ainda ao fim dos “preconceitos raciais, discriminação, aborto, eutanásia e pena de morte”.
Os EUA têm mais de 71 milhões de católicos (22,7% da população), segundo as estatísticas mais recentes do Vaticano, um total apenas superado pelas Filipinas, México e Brasil.
A importância da Igreja no país também é visível no número de cardeais norte-americanos: 15, nove dos quais eleitores, um grupo apenas superado pelos italianos; a América do Sul tem, no total, 12 cardeais eleitores.
Ainda em Washington, na quinta-feira, o Papa vai ser o primeiro pontífice a discursar diante das duas câmaras do Congresso norte-americano, o órgão do poder legislativo do governo federal, constituído pela Câmara dos Representantes e o Senado.
A intervenção deverá sublinhar a importância diplomática da viagem, depois de, no sábado, Francisco ter elogiado em Havana a “normalização” das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos da América, apelando ao aprofundamento do diálogo político.
O “número dois” da Secretaria de Estado do Vaticano, D. Angelo Becciu, indicou em entrevista à Tv2000, da Conferência Episcopal Italiana que o Papa Francisco vai apelar ao fim do embargo norte-americano a Cuba.
O bispo auxiliar de Washington, D. Mario Dorsonville, disse à Rádio Vaticano que seria “impensável que, durante a sua visita, o Papa não considerasse a situação dos imigrantes e dos hispânicos” nos EUA.
Já em Nova Iorque, Francisco vai tornar-se o quarto Papa a discursar na sede da ONU, depois de Paulo VI (1965), João Paulo II (1979 e 1995) e Bento XVI (2008).
Um estudo de opinião divulgado hoje pela CNN mostra que o Papa tem uma imagem “amplamente favorável” no país e que a maior parte dos católicos apoia as suas intervenções, mesmo em “assuntos polémicos”.
A visita conclui-se em Filadélfia, cidade que acolhe desde hoje o 8.º Encontro Mundial das Famílias, motivo principal da viagem de Francisco aos EUA.
OC