Margarida Alvim explica projeto de criar «lugar de relação catalisador de conversão ecológica»
Fátima, 18 jun 2020 (Ecclesia) – Margarida Alvim, da direção da ‘Casa Velha – Ecologia e Espiritualidade’ (Ourém), disse hoje que estão “ainda mais agradecidos” e confirmados por serem um dos exemplos apresentados no novo documento do Vaticano sobre a encíclica ‘Laudato Si’.
“Faz-nos ainda mais agradecidos por sentirmos que, de facto, o caminho que estamos a fazer, há quase 10 anos, neste sentido do cuidado da casa comum a partir deste lugar, vá sendo confirmado”, explicou em declarações à Agência ECCLESIA.
A presidente da direção da ‘Casa Velha – Ecologia e Espiritualidade’ lembra que já se tinham sentido confirmados há cinco anos quando foi publicada a encíclica ecológica e social ‘Laudato Si’, “um momento muito especial para “a associação que se constitui em 2012 e estava muito orientada para coisas que na enciclia reconhecemos”.
“Agora, sermos assim referidos vem ao encontro do um plano estratégico para os próximos cinco anos que acabamos de fazer, e que está muito ligado à ‘Laudato Si’. É precisamente a nossa visão para 2025 ser lugar de relação catalisador de conversão ecológica”, acrescentou a engenheira florestal.
‘A caminho para o cuidado da casa comum – Cinco anos depois da Laudato Si’ é o título do documento apresentado hoje no Vaticano, tem mais de 200 conselhos para um mundo mais amigo do ambiente e do ser humano.
A Santa Sé cita o episcopado português e apresenta a ‘Casa Velha’ como “um centro que oferece oportunidades de retiro e formação para experimentar a conversão ecológica na relação com Deus, com o outro e a natureza”.
Margarida Alvim realça que a visão da associação é ‘ser lugar de relação catalisador da conversão ecológica’ e “não ser especialistas”: “A ‘Casa Velha’ é em si um projeto de conversão e, por isso, o que experimentamos aqui é o que convidamos a quem nos visita e quando somos chamados a partilhar a casa velha estamos a partilhar a nossa própria conversão”.
Somos espaço de relação, a ‘Casa Velha’ é um lugar muito especial e com uma natureza que também nos espanta, como carvalhos centenários, como uma história muito grande de natureza, de património, de cultura, até desta família que foi gerindo, ao longo das gerações, esta terra com este sentido do bem comum”.
A engenheira florestal explica que o convite é que as pessoas “experimentem antes mesmo de quererem agir” por um clima melhor, por um desenvolvimento sustentável, sendo o primeiro ponto, que “é muito” o que trabalham, “é sentir parte desta natureza, desta terra”.
“Somos terra e parte uns dos outros, o nosso cuidado é uma resposta, não é uma ação voluntarista, é uma ação que vem de uma resposta a um cuidado que nós próprios recebemos”, acrescentou.
A encíclica papal ‘Laudato Si’ foi publicada neste dia há cinco anos e Margarida Alvim afirma que “continua atual e a ser um desafio” porque é “um lugar de relação e de diálogo” desde o princípio.
“Diálogo dentro da Igreja, diálogo fora da Igreja, entre a Igreja e a sociedade e isso continua a ser muito preciso. Quando estamos em diálogo, nestes momentos de crise sentimos todos uma grande fragilidade mas, por outro, continuar a caminhar junto e encontrar soluções para todos não é fácil e a encíclica aponta muito bem o que fazer a partir da realidade: Ligar a realidade local à realidade global, perceber que tudo está ligado e perceber que esta crise que vivemos agora está ligada a outras crises de desequilíbrio nestas relações entre o cuidado das pessoas e o cuidado da terra”, desenvolveu a responsável pela ‘Casa Velha – Ecologia e Espiritualidade’.
Para Margarida Alvim, a ‘Laudato Si’ continuará a ser um “grande instrumento” que ajuda a “decidir bem e com todos e a decidir a partir da realidade, numa “terra comum para a Igreja, para a ciência, para a sociedade”.
CB/OC