Secretário-geral do Sínodo dos Bispos afirma que mudança de perspetiva sobre periferia «criou novas possibilidades para a Igreja»
Lisboa, 05fev 2022 (Ecclesia) – O secretário-geral do Sínodo dos Bispos, o cardeal Mario Grech, afirmou que a Exortação Apostólica «Querida Amazónia» escrita pelo Papa Francisco, apresenta “quatro sonhos” para a Igreja, “sociais, culturais, ecológicos e eclesiais”.
“Estes sonhos encarnam um renascimento dos mais profundos convites do Concílio Vaticano II, e fazem da «Querida Amazónia» um meio adequado para conduzir a Igreja à conversão sinodal integral para a qual nos convida o Sínodo 2021-2023”, afirmou o responsável num artigo publicado pela secretaria-geral do Sínodos dos bispos.
“Deus manifesta-se aqui apesar do medo de uns para mudar, ou do desejo de outros de impor uma visão ideológica”, acrescentou.
Dois anos depois da publicação da exortação apostólica «Querida Amazónia», e após “múltiplas respostas suscitadas tanto nos meios eclesiais como civis”, D. Mario Grech sublinha “dois elementos” essenciais: “a vida dos povos que nela se plasmam e a promessa feita como Igreja de respeitar e honrar as suas vozes na procura de uma autêntica conversão”.
O responsável reconhece, no entanto, que “dar passos, leva tempo”.
“Algumas sementes ainda estão em processo de germinação, outras ainda não deram frutos, mas muitas cresceram, estão a florescer vão dar vida por gerações futuras”, vaticina o responsável.
A perspetiva, apresentada por Francisco durante ao Sínodo sobre a Amazónia, de que a “periferia é o centro”, “criou novas possibilidades para a Igreja”.
“Este caminho, onde os marginalizados se convertem em fonte de vida, é próprio do caminho de Jesus. As vozes do território amazónico estão a mudar o modelo pastoral da Igreja Amazónica, convertendo-se em fonte de vida renovada para a Igreja e para o mundo”, elucidou.
D. Mario Grech sublinha que a participação efetiva das pessoas é parte integrante do que significa sinodalidade e que esta consciência “é fonte de inspiração” do Sínodo que atualmente decorre, «Por uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão».
A criação da Conferência Eclesial da Amazónia (CEAMA), criada pelo Papa Francisco, “é fruto do sínodo” e “abre um novo caminho para o discipulado peregrino e missionário da Igreja amazónica”, uma vez que estão a dar resposta “tarefas urgentes” e contam com “a participação direta de diversas vozes dentro da Igreja”.
“A CEAMA articula as estruturas regionais da Igreja, incluindo o Conselho Episcopal Latino-americano e do Caribe (CELAM), a Confederação Latino-Americana e Caribenha de Religiosos e Religiosas (CLAR), a Rede Eclesial Pan-Amazónica (REPAM), e Caritas da América Latina e do Caribe”, explica.
LS