Alunos de arquitectura da UCP concebem projecto para nova igreja

Altar da igreja da Nossa Senhora do Rosário, em Seia, vai ter solução do vencedor do concurso Os alunos do curso de arquitectura do pólo de Viseu, da Universidade Católica Portuguesa, foram convidados a desenvolver o projecto do altar da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Seia. O convite partiu da Comissão Fabriqueira da Igreja de Seia, responsável pela execução do projecto que lançou o desafio à direcção do curso da UCP, que o remeteu para os futuros arquitectos. Os projectos de espaços religiosos estão contemplados no plano de estudos dos alunos de arquitectura da UCP. António Carvalho, professor do 3º ano da disciplina de projecto no curso de arquitectura da UCP e também arquitecto, explica que os alunos deverão ter formação específica também para a concepção e melhoramento de espaços sagrados. O projecto a conceber pretende solucionar a zona do altar e áreas adjacentes, nomeadamente o painel não figurativo para revestimento da parede do fundo do Altar, o Crucifixo, o Cadeiral – que compreende cinco lugares, o Ambão, o elemento de suporte para a imagem da padroeira (Nossa Senhora do Rosário), o painel para revestimento da parede junto à Pia Baptismal e uma solução de iluminação para a zona do Altar. A direcção do curso entendeu que a proposta seria estimulante para os alunos permitindo realizar o sonho de um estudante de arquitectura, pois dos projectos apresentados, um será seleccionado e implementado. A arquitectura religiosa é uma vertente importante de uma vasta área. Várias são as obras conhecidas de arquitectura religiosa que ficaram para a posteridade, onde a Igreja Católica patrocinou, apoiou e encomendou. Actualmente, “não se verifica isto com tanta frequência”. A próprias estruturais locais das igrejas, com uma preocupação de manutenção “fazem intervenções, muitas vezes, danosas para o património”. António Carvalho considera que esta é uma área onde é importante sensibilizar os novos arquitectos para esta intervenção específica e assim como para o lado simbólico e espiritual destes espaços. Um curso de arquitectura na UCP “deve estar ligado a esta dimensão humana” mas também preservar o lado espiritual, que passa pelo bem estar de qualquer utilizador de um espaço. Isto sem «afunilar» as diferentes áreas do curso de arquitectura. O bem estar “não tem que ser religioso”, mas pode ser despertado pelo espaço circundante, defende o arquitecto. Estas ideias devem incorporar o projecto e devem ser assumidas pelos futuros arquitectos. A estrutura e hierarquia do espaço são essenciais para desenvolver o projecto. “O altar tem de ser o espaço mais importante numa igreja”, aponta. Os materiais devem ser nobres, para “consolidar a hierarquia do espaço”, sendo o altar o ponto convergente. As cores, confundindo-se com a luz, são também importantes, para “reforçar a leitura do espaço”. A luz pode ser obtida de forma natural ou artificial. O ambiente criado a partir da luminosidade resulta de forma diferente. “Será mais místico se for a igreja for menos luminosas e menos místico, talvez de maior elevação espiritual, se a luminosidade for maior”, explica o arquitecto. São critérios subjectivos, que criam sensações “e que cabe a cada aluno interpretar e propor, explicando a solução apresentada”. Outros convites começaram entretanto a surgir, “até mesmo de estruturas eclesiais”, admite o professor.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top