Papa escreveu ao diretor-geral da FAO, Jacques Diouf
Cidade do Vaticano, 17 out 2011 (Ecclesia) – Bento XVI escreveu ao diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, manifestando a sua preocupação pela situação no Corno de África, onde a fome ameaça a vida de mais de 13 milhões de pessoas.
“É essencial a ajuda imediata, mas é também necessário intervir a médio e longo prazo para que a atividade internacional não se limite apenas a responder às emergências”, refere a missiva, hoje divulgada pelo site do Vaticano.
O Papa dirigia-se ao responsável pela organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, sigla em inglês), por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, celebrado este domingo.
Mais de 13 milhões de pessoas habitantes nos quatro países do Corno de África – Etiópia, Quénia, Somália e Djibuti – são atingidas pela pior seca de que há registo em várias décadas.
Para o Papa, as “imagens dolorosas das vítimas da fome” nesta região ficam “gravadas” nos olhos de cada um e representam “mais um capítulo naquela que é uma das catástrofes humanas mais graves das últimas décadas”.
“O sentimento de compaixão e humanidade para com os outros, o dever de solidariedade e o compromisso com a justiça devem voltar a ser a base de qualquer atividade, incluindo as que são levadas a cabo pela comunidade internacional”, escreve.
Segundo Bento XVI, a situação mundial “complicou-se cada vez mais” por causa da “difícil crise” que afeta vários setores da economia e atinge “duramente os mais necessitados”.
“A libertação do jugo da fome é a primeira manifestação concreta do direito à vida que, apesar de ter sido proclamado solenemente, está frequentemente muito longe de cumprir-se efetivamente”, assinala a mensagem.
O Dia Mundial da Alimentação teve como tema, este ano, «Preços dos alimentos: da crise à estabilidade”.
O texto de Bento XVI foi lido na cerimónia solene que teve lugar esta manhã, na sede da FAO, em Roma.
“Apesar de vivermos numa dimensão global, há sinais evidentes de profunda divisão entre os que carecem de sustento quotidiano e os que dispõem de recursos colossais, usando-os amiúde com fins alheios à alimentação”, alerta o Papa.
OC