Faro, 22 mai 2012 (Ecclesia) – A imagem de Nossa Senhora das Angústias, padroeira de Ayamonte (Espanha), regressou, este domingo, à Paróquia andaluza da Diocese de Huelva depois de ter visitado, pela primeira vez, o Algarve.
A visita histórica ao Algarve, passando por Vila Real de Santo António, Castro Marim e Silves, deveu-se a uma “gentileza da paróquia de Ayamonte em retribuição pela visita da imagem peregrina de Nossa Senhora da Fátima, durante três dias, àquela comunidade, em junho de 2008”, refere o jornal «Folha do Domingo».
Tal como em 1948 e a pedido da Irmandade de Nossa Senhora das Angústias para comemoração do 60º aniversário da primeira visita, a imagem da Virgem de Fátima foi cedida pela Diocese do Algarve e disponibilizada pela paróquia de Silves que a acolhia na altura no âmbito da visita que a imagem mariana fez ao Algarve, de 2007 a 2009.
O pároco de Silves, o padre Carlos de Aquino, “impulsionador deste estreitar de relações entre povos vizinhos” explicou ao referido órgão de comunicação social que a iniciativa procurou “não só marcar a fraternidade e unidade entre comunidades cristãs de Portugal e Espanha, como difundir, em verdadeira piedade, o culto e a devoção à Virgem Maria”.
Isto mesmo o confirmou o bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, na Eucaristia que concelebrou este sábado, em Silves, com D. José Vilaplana Blasco, bispo de Huelva.
“Estou certo que a passagem da imagem de Nossa Senhora das Angústias vem reforçar aquele sentimento, já muito antigo, dos dois povos que não se sentiam divididos, apesar de terem um rio pelo meio” afirmou o prelado.
A mesma mensagem foi deixada por D. José Vilaplana Blasco, na Eucaristia a que presidiu em Silves, considerando que, “em Espanha ou em Portugal, os cristãos são sempre membros de Cristo, chamados a ser testemunhas do Evangelho”, sentindo-se “irmãos que partilham a mesma missão”.
A crise europeia que castiga particularmente portugueses e espanhóis foi outra das tónicas sublinhadas, quer pelos bispos, quer pelos políticos.
O bispo do Algarve lembrou que os problemas dos dois povos são os mesmos, referindo a “chaga social” do desemprego que atinge ambas as regiões.
A Virgem das Angústias foi proclamada padroeira de Ayamonte a 11 de Janeiro de 1756, depois do terramoto de 1755.
A sua imagem é uma obra barroca de imaginária que sofreu numerosas modificações ao longo dos anos, embora deixe entrever o que era a imagem original.
A escultura do século XVI, que chegou a ser restaurada em Lisboa e preside ao altar-mor da igreja de Nossa Senhora das Angústias da paróquia de Ayamonte, retrata a Mãe de Jesus com o seu Filho no regaço e tem mais de um metro de altura.
SM/LFS