Figura de Cristo concentra atenções numa multiplicidade de ritos que culminam na «alegria e esperança» da ressurreição
Faro, 26 mar 2013 (Ecclesia) – A Semana Santa no Algarve é dominada por manifestações de devoção a Jesus enquanto “homem” e filho de Deus “triunfante”, que através da sua morte e ressurreição levou “esperança” a toda a humanidade.
“Em muitas localidades, quer do Barlavento, quer do Sotavento, os fiéis revivem o Seu percurso até ao Calvário, trazem às ruas imagens monumentais de Cristo, que dão a conhecer o profundo sentir religioso destas gentes”, adianta o padre Miguel Neto, coordenador da equipa diocesana de Pastoral do Turismo.
Num texto incluído na edição mais recente do Semanário ECCLESIA, que vai ser publicada esta quarta-feira, o sacerdote fala sobre as procissões que integram o programa do Tríduo Pascal, como o cortejo do “Enterro” ou do “Senhor Morto”, na Sexta-feira Santa.
“Entre as sombras e as luzes suaves das velas e das tochas, num profundo respeito e quietude, uma imagem de Jesus acabado de descer da Cruz é transportada num pequeno tombinho”, descreve o pároco de Santa Bárbara de Nexe, Estoi e Pechã.
Segundo o padre Miguel Neto, “a dor da perda, a culpa pelo sofrimento e morte do Senhor, o arrependimento e a penitência marcam estas manifestações e impressionam pela dignidade majestosa revelada pelo ambiente austero e silencioso”.
No entanto, a partir do Domingo de Páscoa, aquele cenário dá lugar à celebração do “Cristo vitorioso, que tudo vence” e a austeridade dos ritos dá lugar a uma vivência bem mais festiva.
Um pouco por todo o território, saem à rua cortejos invocativos da ressurreição de Cristo, como a “Procissão das Campainhas” e a “Procissão do Triunfo”, iniciativas que levam às comunidades “a alegria e a esperança”.
O padre Miguel Neto chama a atenção para as “crianças” que integram as procissões e que simbolizam a crença num futuro melhor e as “flores coloridas que em tochas carregadas por homens ou em ramos ingénuos nas mãos dos mais pequenos, trazem a cor e a alegria de um tempo novo”.
A Semana Santa, ciclo litúrgico mais importante do calendário católico, recorda os momentos que antecederam a prisão e execução de Jesus e culmina na Páscoa, na qual se celebra a ressurreição de Cristo.
JCP