«Trata-se de estar onde estão os homens, de viver onde eles vivem e de saber compreender o bom e o mau que existe no digital» – Padre Miguel Neto
Faro, 10 nov 2020 (Ecclesia) – O Secretariado das Comunicações Sociais da Diocese do Algarve vai promover, esta sexta-feira e sábado, uma ação de formação sobre a utilização dos meios digitais no trabalho pastoral, para as paróquias da Vigararia de Tavira.
“Este tipo de formação é de grande importância neste momento, em que tantas das nossas atividades têm de seguir protocolos de segurança muito rigorosos e em que, por isso, não podemos estar tão juntos fisicamente”, disse o diretor do Secretariado das Comunicações Sociais da Diocese do Algarve.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o padre Miguel Neto salientou que as redes sociais e as plataformas online “ganharam uma importância significativa” para o trabalho quotidiano das comunidades católicas, por exemplo nas catequeses, e “importa” que as pessoas “saibam tirar partido delas” e nesses meios “são efetivamente testemunhas do Cristo Ressuscitado num mundo que tanto precisa de evangelização”.
“Trata-se de estar onde estão os homens, de viver onde eles vivem e de saber compreender o bom e o mau que existe no digital, como existe noutros domínios da nossa vida. E crescer na nossa Fé, para que, num tempo de desafio à nossa humanidade, como é este tempo de pandemia e de muito maior confinamento, não percamos a ideia do próximo e de que o próximo pode estar à distância de um clique”, desenvolveu.
O sacerdote explica que “compreender como funcionam” as redes sociais e as plataformas online, “entender qual a linguagem para melhor chegar aos públicos”, definir prioridades e planear a comunicação “são tarefas que deverão entrar no dia-a-dia” e as paróquias algarvias “sentem isso” e demonstraram “vontade de ter formação específica para melhor poderem gerir a sua comunicação digital”.
A formação, com o tema ‘O Digital nas Paróquias’, decorre no Centro Pastoral de Tavira – Santa Luzia.
O padre Miguel Neto, que escreveu a tese ‘A Igreja na Sociedade em Rede – Perspetivas teológicas a partir do estudo de Manuel Castells’, destaca também a importância do “envolvimento dos leigos” neste tema por que o “digital é uma forma de envolver de forma muito prática e útil os leigos”, permitindo-lhes serem úteis à comunidade e ao serviço da Igreja, “pondo os seus talentos a render e a sua Fé ao serviço dos outros”.
No contexto da atual pandemia e do primeiro confinamento, o diretor do Secretariado das Comunicações Sociais da Diocese do Algarve recorda que se assistiu ao surgimento de “muitas atividades transmitidas através das redes sociais” – Eucaristias, terços, pequenas orações, reflexões, catequeses – e ao aumento do uso de plataformas de reunião, numa procura de “dar resposta às necessidades dos paroquianos, mas sobretudo, manter uma ligação”.
“O interessante, é que não foram só aqueles que habitualmente iam à Igreja que se aproximaram, mas surgiram muitas pessoas que não tinham uma presença constante nas atividades e que a passaram a ter”, observa.
Já sobre dificuldades no uso destes meios digitais, o padre Miguel Neto acredita que “são muitas” a começar pelas “questões mais técnicas, relacionadas com equipamentos, com o próprio uso e domínio das redes sociais e suas possibilidades, com as questões da comunicação”.
“A maioria das pessoas, mesmo os jovens, quando tem de estruturar uma comunicação com alguns objetivos mais complexos do que a partilha da simples selfie, sente dificuldades e são essas ajudas que procuraremos dar a quem frequentar a formação”, acrescentou.
O jornal diocesano ‘Folha do Domingo’ informa que a formação ‘O Digital nas Paróquias’ vai ser transmitida online na página da Vigararia de Tavira no Facebook.
CB/OC