Algarve: Regresso à Missa presencial em Tavira foi momento de alegria para a comunidade

Celebrações públicas estiveram suspensas durante cerca de três meses, no novo confinamento

Tavira, 23 mar 2021 (Ecclesia) – A comunidade de Santa Luzia de Tavira, na Diocese do Algarve, recebeu com alegria o regresso à celebração da Missa dominical com presença de fiéis, depois de cerca de três meses de confinamento por causa da pandemia de Covid-19.

“Sou uma pessoa que gosto muito de vir à Missa e sentir que estou na igreja, que estou na casa do Senhor, ainda fico mais feliz. Estava desejando que houvesse esta Missa”, disse Joaquina Sousa à Agência ECCLESIA.

Após a Eucaristia dominical na igreja de Santa Luzia de Tavira, Filomena Pereira afirmou que estava “feliz”, confessando a “falta” da celebração, porque apesar da ajuda da televisão, a participação “é totalmente diferente”.

“Das coisas que eu mais sentia falta era a Eucaristia, para mim é uma muito boa notícia as igrejas poderem abrir para podermos celebrar. Gosto de participar, gosto de estar, sinto-me bem de corpo e alma”, acrescentou Maria Santos.

Maria Livramento, que também colabora nas limpezas e “arranjo de flores” da igreja de Santa Luzia, refere por sua vez que este foi um momento de muita emoção.

“Não sei explicar, sinto-me muito melhor aqui. Ao domingo vejo na televisão mas não é a mesma coisa, ao pé de Deus é totalmente diferente”, assinalou.

Já o pároco de Tavira salienta que Santa Luzia é uma vila piscatória, onde “os afetos estão à flor da pele” e as pessoas ao longo destes meses, muitas vezes, perguntavam: “Sr. Padre e agora, quando é que retomam as Missas? Como é com a nossa festa, a Semana Santa, como é a nossa Páscoa?”.

“Para elas penso que é essencial, as pessoas têm falta de sair de casa e estarem com o pároco; As pessoas sobretudo de mais idade sentiam mais falta, também é um momento de convívio”, desenvolveu o padre Miguel Neto.

Segundo o sacerdote, este é também um momento para “conversar” e, por mais que se diga que no átrio não devem conversar, “os átrios das igrejas surgiram precisamente como motivo de conversa”.

O pároco de Tavira explica que “nunca” se sentiu sozinho nas celebrações da Missa que transmitia pelas redes sociais, acompanhado por um grupo de quatro ou cinco pessoas, as “essenciais para cantar, com distanciamento”, e dois acólitos.

“Somos animais sociais e se as novas gerações sociabilizam-se através do Whatsapp, através do ambiente digital, muitas gerações, sobretudo esta geração mais de idade, sociabilizam-se através da prática dominical e à volta da igreja”, desenvolveu.

O padre Miguel Neto, especialista em comunicação, destaca que existiu um “progresso”, sobretudo de uma faixa etária mais elevada, em que as pessoas foram aderindo ao Facebook “única a exclusivamente” para acompanhar as Eucaristias e a página da paróquia.

“Houve maior adesão neste segundo confinamento do que no primeiro. Pessoas de 80 anos que nunca pensei na minha vida tivessem Facebook mas tinham página e a única coisa que sabiam ir era a página da paróquia”, acrescentou o sacerdote que é o diretor do Gabinete de Informação da Diocese do Algarve e escreveu o livro ‘Igreja e Encontro na Estrada Digital’, a partir da sua tese de doutoramento.

A Conferência Episcopal Portuguesa decidiu que as celebrações públicas da Missa fossem retomadas no dia 15 de março mas mantém a suspensão de procissões, incluindo o tradicional “compasso” da Páscoa.

CB/OC

Covid-19: Missas com assembleia regressam a 15 de março, procissões continuam suspensas

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Agência ECCLESIA

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