Algarve/Quaresma: Cabido da Catedral desafiou a dar a vida pelos outros, deixando de «viver a fé comodamente»

«Assusta-nos a dimensão da cruz. Não direi propriamente que vivamos um Cristianismo ‘light’, mas queremos, às vezes, viver a verdade da fé comodamente» – Cónego Carlos Aquino

Foto: Folha do Domingo/samuel Mendonça

Faro, 20 mar 2024 (Ecclesia) – O cónego Carlos Aquino encorajou os participantes da última oração quaresmal, promovidas pelo cabido da Catedral de Faro aos domingos, a dar a vida pelos outros à semelhança de Jesus, deixando de “viver a fé comodamente”.

“É nele, crucificado, que resplandece a glória de Deus. Nele, elevado da terra, na cruz, a luz de Deus manifesta-se a todo o mundo para que caminhemos também na luz, fazendo e vivendo como Jesus, tendo os mesmos sentimentos de Jesus”, explicou o sacerdote, informa o jornal ‘Folha do Domingo’ da Diocese do Algarve.

Neste contexto, o cónego Carlos Aquino incentivou os presentes, à semelhança de Jesus, a darem a vida pelos outros, deixando de “viver a fé comodamente”.

Segundo o sacerdote, Jesus ensina, “na verdade da vida e do amor que se expande quando dado”, cada um a viver não só para si mas a dar-se “consumando tudo no amor”, mensagem e desafio “tão importante e tão difícil” de ser praticado por todos: “acreditar que é quando morremos que encontramos a vida”.

“Morremos, mas não morremos para sempre. Esta é a grande esperança que importa gritar ao mundo inteiro. Fomos criados para viver um dia a vida plenamente em Deus. O céu é uma realidade. O Senhor também nos há de ressuscitar”, salientou o presidente da celebração.

O sacerdote algarvio lamentou que todos queiram “fugir do calvário”, porque a dimensão da cruz “assusta”: “Não direi propriamente que vivamos um Cristianismo ‘light’, mas queremos, às vezes, viver a verdade da fé comodamente; contemplar Cristo crucificado no seu coração trespassado é entender que não há glória sem sofrimento, não há ressurreição sem morte, não há vida plena e eterna sem paixão, sem a dádiva da vida”, desenvolveu.

Foto: Folha do Domingo/samuel Mendonça

O cabido da Catedral de Faro, da Diocese do Algarve, promoveu tardes de oração nos domingos da Quaresma, que terminaram no dia 17 de março com uma celebração orientada pelo Movimento da Mensagem de Fátima.

O sacerdote, chantre (dignidade eclesiástica existente em certos cabidos de cónegos)  da Catedral presidiu à oração deste domingo e lembrou que estes momentos foram dinamizados por “vários movimentos espirituais” da diocese algarvia que “ajudam a edificar” as suas comunidades.

No final da celebração fizeram um momento de veneração da relíquia de São Vicente, diácono e mártir, e o padre Carlo Aquino afirmou que “viveu e cumpriu tudo isto na sua própria vida”, lembrando que a relíquia do padroeiro da Diocese do Algarve esteve presente nestas orações quaresmais de domingo na Sé, lê-se no ‘Folha do Domingo’.

A Quaresma é um tempo litúrgico, de 40 dias (a contagem exclui os domingos), de preparação para a Páscoa, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, com início na Quarta-feira de Cinzas (14 de fevereiro, este ano).

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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