«A crise pode ser vista como um período de reestruturação da relação» – Carlos Marques, Movimento Famílias Novas
Faro, 31 mai 2022 (Ecclesia) – O Setor Diocesano da Pastoral Familiar do Algarve promoveu uma ‘noite de encontro’ para as famílias das paróquias da Vigararia de Faro, onde falaram sobre crise, filhos e educação, no salão paroquial de São Luís.
“A crise pode ser vista como um período de reestruturação da relação e como o responder à seguinte pergunta: «Por que razão queremos continuar juntos?»”, disse Carlos Marques, do primeiro casal orador que refletiu sobre ‘A reciprocidade do amor: prevenir e ultrapassar as crises’”, divulga o jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.
Já Maria Cristina Marques testemunhou um momento de crise conjugal e explicou que foi um tempo de “sofrimento”, mas também de “mudança importante”, identificando diversos “fatores externos” que contribuem para as crises.
“E esses fatores podem ser naturais como a chegada dos filhos, o início do crescimento deles, o acompanhar a escola e mais tarde a saída dos filhos de casa. Muitas crises também que são conjunturais e inesperadas como a instabilidade económica, a perda de um trabalho, a chegada de um filho inesperado, a interferência de parentes, a infidelidade, a instabilidade da comunicação”, desenvolveu aos cerca de 60 participantes.
A ‘Noite de Encontro de Famílias’, para as famílias das paróquias da Vigararia de Faro, teve como tema ‘O amor em família: maravilhoso e frágil’, realizou-se no contexto do Encontro Mundial das Famílias (EMF) 2022, e contou com a colaboração do Movimento dos Focolares e da paróquia local.
Maria Cristina e Carlos Marques pertencem ao Movimento Famílias Novas, do Movimento dos Focolares.
A oradora indicou que o diálogo, o respeito, a empatia e a solidariedade são algumas ferramentas que podem ajudar nos momentos de crise, enquanto o orador assinalou que um casal que desenvolve as ferramentas do diálogo “tem a reconhecer os sinais de crise mais cedo do que os outros casais”, por isso, a formação torna-se “cada vez mais importante”, logo a partir da fase do namoro.
Idalina Cruz e António Nogueira, os responsáveis nacionais do Movimento Famílias Novas, apresentaram o tema ‘Ser pais e mães Hoje – a família e a educação’, e salientaram que os filhos são “confiados por Deus” aos progenitores.
“Devemos ajudá-los a realizar o desígnio de amor pensado desde sempre para eles. Isso significa amá-los, não pelo que fazem ou na medida em que satisfazem as nossas expetativas, mas por aquilo que são. Se sentem amados por si mesmos, sentem que são importantes para nós e, como adultos, serão capazes de amar desinteressadamente”, disse Idalina Cruz.
António Nogueira realçou que uma “atitude fundamental” para a educação é a “confiança”, explicando que é preciso ajudar os filhos a fazer as coisas por conta própria e “gradualmente a conquistar a autonomia”.
O jornal ‘Folha do Domingo’ informa que o próximo encontro de preparação para o X Encontro Mundial das Famílias vai realizar-se no dia 11 de junho, para as famílias da Vigararia de Loulé, na Paróquia das Ferreiras.
O 10.º EMF tem como tema ‘O Amor em família: vocação e caminho de santidade’ e decorre após o adiamento de um ano, por causa da pandemia, de 22 a 26 de junho, com iniciativas globais nas dioceses católicas e em Roma, que acolhe os delegados das Conferências Episcopais e dos movimentos internacionais empenhados na Pastoral Familiar.
CB/OC