Algarve: Pároco de Almancil aponta perda de colaboradores «com medo das medidas» do «Brexit»

Padre Jorge Carvalho assinala que saída do Reino Unido da UE e a pandemia provocaram um «abalo» nos estrangeiros residentes

Foto: Folha do Domingo

Faro, 07 jul 2022 (Ecclesia) – O pároco de Almancil (Diocese do Algarve) disse que a pandemia de Covid-19 e o processo de saída do Reino Unido da União Europeia provocaram um “abalo” no número de estrangeiros na paróquia, alguns dos quais seus colaboradores.

“Houve vários casais que foram embora com medo das medidas do ‘Brexit’, do que poderia acontecer às reformas se continuassem aqui”, referiu o padre Jorge Carvalho ao jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.

Segundo o sacerdote, muitos dos estrangeiros que colaboravam com a paróquia eram britânicos aposentados, que residiam na Freguesia de Almancil, e eram os “mais inseridos” na comunidade religiosa, ajudavam nas Missas em inglês, alguns “até pediram nacionalidade portuguesa, mas depois não deram seguimento”.

A pandemia de Covid-19 foi declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a 11 de março de 2020; a saída do Reino Unido da União Europeia – o ‘Brexit’ – foi oficializado na noite de 31 de janeiro do mesmo ano e representou a primeira saída de um Estado-membro na história da UE, em 60 anos.

O padre Jorge Carvalho assinala que há quem continue a ir ao Algarve durante “uma semana ou duas de férias”, mas regressa a Inglaterra, e acrescenta que também tinham muitos irlandeses, mas “alguns já morreram” e outros por causa da “idade muito avançada deixaram de vir”.

“Neste momento vêm os filhos dessas gerações, mas apenas de férias e não têm a prática religiosa que os pais tinham. Essa prática perdeu-se e notou-se, sobretudo, por causa do ‘Brexit’ e da pandemia”, explica, afirmando que estas duas circunstâncias provocaram um “abalo” no número de estrangeiros que pertenciam à paróquia.

O padre Jorge Manuel das Candeias Carvalho, de 60 anos, é pároco de Almancil desde 2012, e adianta que “tem pouca gente” residente, para além dos “turistas e residentes ocasionais”; sobretudo entre 15 de julho e 15 de agosto, chegam os portugueses com maior poder de compra, que participam na Missa na igreja paroquial.

“Muita gente que vive em Almancil é romena, normalmente ortodoxa, e ucraniana, muitos greco-católicos. Tenho aqui alguns ucranianos”, acrescentou o sacerdote, ao jornal ‘Folha de Domingo’ da Diocese do Algarve.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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