Lisboa, 25 out 2011 (Ecclesia) – Um grupo de 80 imigrantes africanos residentes nos concelhos de Faro e Loulé rumou este domingo ao santuário louletano da Mãe Soberana, um dos mais importantes do Algarve, numa peregrinação a pé de quilómetro e meio.
Os fiéis católicos, na sua maioria angolanos e cabo-verdianos, rezaram o terço nas línguas nativas, acompanhados por imigrantes de outros países, celebrando seguidamente a missa, adianta o site do jornal “Folha do Domingo”.
Na homilia o pároco de Loulé pediu aos imigrantes para manterem as convicções religiosas: “Importa perguntar qual a razão de, quando chegados ao mundo ocidental, muitos dos homens e mulheres oriundos de África perderem alegria, ânimo e fé”.
“Será que se deixam contagiar pelo ateísmo e pessimismo tão generalizado no mundo europeu?”, questionou o padre António de Freitas, sublinhando que “fé e alegria” são “duas grandes características” dos africanos que não se devem “trocar por nada”, em particular no atual “momento histórico”.
O sacerdote convidou os presentes a olharem para a sua condição de migrantes “não como uma fatalidade, mas como um acontecimento necessário”, por meio do qual Deus os quer “tornar missionários no mundo português e europeu”.
“Outrora, a fé profundamente viva entre o povo português fez com que o seu anúncio chegasse até vós”, recordou o pároco, para quem os imigrantes africanos são enviados aos espaços onde “esmoreceu” o antigo “ardor evangélico”.
A missa, em cujo ofertório dançado foram doados géneros alimentícios, terminou com a oração de consagração à Virgem Maria.
A peregrinação enquadrou-se no “mês das missões”, que a Igreja Católica assinala em outubro para renovar o apelo ao compromisso dos fiéis em anunciar a mensagem cristã em locais onde a mesma nunca chegou ou perdeu relevância.
RJM