Algarve: Lar da Mãe está a funcionar e tem acolhido mulheres

O presidente da Caritas Diocesana do Algarve, explica que o Lar da Mãe, uma das valências daquela instituição, tem servido para acolher as mães que procuram aquele apoio nas mais “diferentes situações sociais, económicas, e até físicas”, “vítimas de violência, de maus tratos ou de abandono familiar” e “outras que não aceitam o aborto”. Carlos Oliveira, que garante terem sido acolhidas directamente cerca de uma dúzia de mulheres no presente mandato, explica que “este trabalho é feito debaixo de um certo sigilo”. “Não nos colocamos na postura de divulgar cada vez que temos uma mãe”, sublinha, advertindo que “este trabalho que é feito com pessoas, vítimas de violência, tem de ser feito com muita cautela”. Fazendo questão de sublinhar que a prioridade da Caritas do Algarve é fazer com que o problema seja solucionado sem que haja necessidade de recorrer ao internamento, o presidente da Caritas refere que foram muito poucas (cerca de 4 ou 5) as mulheres que permaneceram no Lar da Mãe até ao termo da gravidez ou mesmo até depois. “Temos feito com que todas sejam integradas no seu ambiente familiar”, esclarece, explicando que o Lar da Mãe acolhe as mulheres desde que se confirma a sua gravidez até 4 meses depois do nascimento da criança. Neste sentido, aquele responsável destaca as situações, não contabilizadas nas utentes acolhidas no Lar da Mãe, que foram solucionadas sem que fosse necessário o internamento. “Não temos gosto nenhum em tê-las em casa, se conseguimos resolver o seu problema logo à partida”, reforça, salientando que o Lar da Mãe “é uma casa para resposta às situações emergentes que no imediato não conseguem ser solucionadas”. Também ainda neste contexto, o presidente da Caritas algarvia lembra que “o Lar da Mãe apoia as mães grávidas ou não grávidas que tenham bebés” e “não atende apenas as que ficam internas, mas também as que passam por lá e precisam de ser ajudadas”, por exemplo com géneros. Carlos Oliveira elucida que as mulheres “chegam por via de informações de alguns cristãos e de algumas comunidades religiosas e através do SOS Vida”, outra valência da Caritas algarvia. “Continuam a chegar mulheres por via do SOS Vida, não tantas como chegavam, porque tínhamos um homem, a quem se deve dar o valor devido – o padre Jerónimo Gomes –, que trabalhava 24 horas para aquele serviço, e que, com a reformulação que foi necessário impor, passando a depender da Caritas, o trabalho não tem uma amplitude tão grande”, justifica. Para além de dois directores da Caritas responsáveis pelas valências do SOS Vida e o Lar da Mãe, cada um com um telemóvel para atender casos urgentes, estes serviços contam ainda com um conjunto de técnicos voluntários, que Carlos Oliveira diz serem psicólogos, médicos, enfermeiros, advogados, profissionais de serviço social e educadores de infância. No entanto, o presidente da Caritas reconhece que, para garantir uma atitude mais activa na identificação dos casos de risco, os recursos humanos precisam ser ampliados. “O quadro humano existirá quando o quadro físico estiver construído. Neste momento estamos em instalações provisórias e só podemos acolher pessoas com mais de 18 anos que assinam um termo de responsabilidade a dizer que querem ficar no Lar da Mãe”, esclarece, apontando as limitações actuais. Neste contexto, Carlos Oliveira recorda que só deverá ser possível acolher menores e receber apoios do Estado quando a nova sede do Lar da Mãe, construída de raiz, obedecer às exigências da legislação. “Os apoios que temos, tem sido da generosidade dos cristãos e do povo algarvio e até de outras partes do País”, frisa o responsável da Caritas algarvia. Sobre a campanha a favor da construção do novo edifício, lançada no âmbito da peregrinação da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima ao Algarve, Carlos Oliveira diz que será um compromisso resultante da passagem da imagem mariana. “É um compromisso da comunidade cristã e não só, porque a imagem peregrina não arrasta consigo apenas os cristãos, mas também uma multidão de pessoas que estão afastadas da Igreja e que pela sua presença aceitam também este desafio da Igreja do Algarve”, refere, acrescentando que “é necessário que permaneça uma marca indelével da passagem da imagem”.

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Agência ECCLESIA

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