Bispo sublinha que «nenhuma vocação acontece por gosto e vontade próprias, é dom e chamamento de Deus»
Quarteira, 12 nov 2024 (Ecclesia) – O bispo do Algarve afirmou que a “Igreja diocesana fica mais enriquecida pelo dom” da ordenação diaconal do seminarista Bruno Valente, e explicou que “o diaconado na Igreja é dom e é serviço”, este domingo, em Quarteira.
“Nenhuma vocação acontece por gosto e vontade próprias, é dom e chamamento de Deus; como nos tempos apostólicos, também hoje nos continua a chamar através do discernimento da sua Igreja, de acordo com as necessidades concretas para o serviço do Evangelho, para o serviço da caridade”, disse D. Manuel Quintas, citado pelo jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.
O seminarista Bruno Valente foi ordenado diácono, “a caminho do sacerdócio ordenado”, este domingo, dia 10 de novembro, pelo bispo do Algarve, que explicou que “o diaconado na Igreja é dom e é serviço”, na igreja de São Pedro do Mar, em Quarteira.
“O ministério ordenado de diácono, padre e bispo não pode ser visto como um prémio, nem mais como um degrau nas responsabilidades paroquiais, diocesanas ou mesmo eclesiais de toda a Igreja. É sempre um serviço. E se quisermos considerar que seja um degrau, trata-se de um degrau que em lugar de subir, desce.”
Bruno Valente, de 25 anos de idade, é da Paróquia do Montenegro, está a colaborar na formação dos seminaristas da Diocese do Algarve e está a acompanhar o bispo diocesano no seu trabalho pastoral, completou o 6º ano de formação no Instituto Superior de Teologia de Évora, fez ano propedêutico no Seminário de São José de Caparide (Lisboa).
“A Igreja diocesana fica mais enriquecida pelo dom deste novo diácono a caminho do sacerdócio ordenado. Que este dom seja semente de novas vocações ao ministério ordenado e, sobretudo, nos ajude a viver e a testemunhar a diaconia na Igreja, congregando-nos e dando novo impulso ao anúncio e ao testemunho do Evangelho com a fé, o vigor e o entusiasmo dos mártires”, desenvolveu o bispo diocesano.
Segundo D. Manuel Quintas, participar numa ordenação, mesmo diaconal, “constitui sempre uma oportunidade privilegiada para confirmar, maravilhados, que o chamamento do Senhor é graça, é dom gratuito” e, simultaneamente, é envio a anunciar o Evangelho “a todos e em toda a parte”.
O bispo do Algarve destacou também a presença dos jovens nesta celebração, que significa que estão “atentos e despertos aos apelos de Deus”, assinalando que participar numa ordenação diaconal “fala ao coração, interroga e interpela”.
“Não tenhais medo. Ainda que tenhais só um «punhadinho de farinha e pouco azeite» ou que não tenhais mais do que «duas pequenas moedas» que são aquilo que é a nossa vida, não tenhais medo”, acrescentou, a partir das leituras escutas na Eucaristia.
A Diocese do Algarve encerrou, este sábado, a cadeia de oração permanente ao Santíssimo Sacramento (lausperene), que realizou entre 26 de outubro e 9 de novembro, para pedir a Deus vocações de consagração, no contexto da Semana de Oração pelos Seminários, com uma vigília de oração, na igreja matriz de Olhão.
“Neste culminar do lausperene de oração pelo nosso Seminário e pelas vocações é este o dom que o Senhor nos retribuiu e pelo qual estamos profundamente agradecidos”, salientou D. Manuel Quintas, na Missa da ordenação diaconal, citado pelo jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.
O bispo do Algarve, que na vigília de encerramento do lausperene anunciou que a diocese tem seis candidatos ao diaconado permanente, apresentados pelos seus párocos, na ordenação , este domingo, assinalou a disponibilidade, deles “e suas famílias”, para “iniciar um caminho de maior discernimento e de uma melhor compreensão deste ministério ordenado na Igreja”.
CB/OC
A Diocese do Algarve tem um seminarista a estudar no primeiro ano do Instituto Superior de Teologia de Évora (ISTE), o André Fonseca, de Portimão, e oito seminaristas no ano propedêutico, no Seminário de São José, em Faro, que funciona em regime interdiocesano para as três dioceses do sul de Portugal – Évora, Beja e Algarve – que colaboram na formação de seminaristas de países lusófonos, desde o ano 2012/2013.
O jornal Folha do Domingo informa que dois seminaristas pertencem à Diocese do Algarve – João Calé, de Albufeira e Nuno Fernandes, de Lagos – de Évora, o José Martins, de Timor-Leste têm Francelino Barros, Frangelino de Araújo e o José de Araújo, e de Angola o Amerildo Tiago e o Antunes Inaitilasa. Os formadores e os seminaristas este ano estão alojados no Centro Pastoral de Ferragudo, enquanto decorrem obras no edifício no largo da Sé em Faro. |