«’Crês nisso?’, é a pergunta que Jesus nos faz hoje também; seja como católicos, luteranos ou anglicanos, é fundamental, cada dia, respondermos a esta pergunta» – D. Manuel Quintas
Faro, 22 jan 2025 (Ecclesia) – Católicos, anglicanos e luteranos que residem no território da Diocese do Algarve realizam uma celebração ecuménica, na igreja de São Francisco, em Faro, pela Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2025, que decorre até 25 de janeiro.
“O dinamismo de Cristo ressuscitado pode ser essa força mobilizadora e dinamizadora que ajuda [os crentes] a ficar mais próximos uns dos outros como cristãos, mesmo pertencendo a Igrejas diferentes”, disse o bispo do Algarve, na celebração ecuménica, citado pelo jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.
A celebração ecuménica na Diocese do Algarve, que ficou marcada pela partilha simbólica da luz do Batismo – foi organizada pelo Secretariado Diocesano para o Diálogo Ecuménico e Inter-religioso, com as Igrejas Cristãs – anglicanos e luteranos – e a colaboração do Movimento dos Focolares.
“Hoje é muito fácil encontrar cristãos nas diversas Igrejas que têm muita dificuldade em acreditar na ressurreição. A fé em Cristo ressuscitado, garantia de nossa ressurreição, é nuclear para nós, seguidores de Cristo”, realçou D. Manuel Quintas, este sábado, dia 18 de janeiro, na igreja de São Francisco.
A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é celebrada anualmente, no hemisfério norte, entre 18 e 25 de janeiro, este ano de 2025 centrada no tema ‘Crês nisso?’, inspirado no diálogo entre Jesus e Marta, quando Jesus visitou a casa de Marta e Maria em Betânia, após a morte de seu irmão Lázaro, do evangelista João.
“«Crês nisso?» é a pergunta que Jesus nos faz hoje também. E, para crescermos como discípulos de Jesus, seja como católicos, luteranos ou anglicanos, é fundamental, cada dia, respondermos a esta pergunta, apoiados na ressurreição de Jesus que é garantia de nossa ressurreição e fundamento da nossa esperança”, desenvolveu o bispo do Algarve.
“O importante é mesmo no meio das dificuldades pessoais, e às vezes até ecuménicas, amarmos a Deus: e não há melhor maneira de fazermos isso do que nos amarmos uns aos outros” – Pastora Carla Vicencio Prior
“Para o mundo lá fora nós somos só cristãos; só têm conhecimento de que estamos unidos pelo amor a Deus e a fé em Jesus Cristo. Se eu fosse pedir uma graça ao Senhor hoje, seria para termos entre nós os olhos de nos vermos como os outros nos veem, que será, talvez, como Deus nos vê”, desenvolveu a pastora Carla Vicencio Prior, que representou a Igreja Anglicana com o padre Rob Kean.
A presidente do Conselho da Igreja Luterana alemã no Algarve partilhou o seu testemunho a partir da realidade de professora de Educação Religiosa referindo que “a questão da fé é estranha, é difícil de compreender” para os jovens à sua frente.
“Conciliar a minha fé confiante em Deus, que não posso ver, com o meu espírito, frequentemente muito critico, continua a ser um desafio para mim. Por momentos, penso em falar disso aos meus alunos e mostrar-lhes como, no fim de contas, somos semelhantes, mas depois apercebo-me que eles não esperam que eu seja um deles, esperam que, como pastora, seja realmente fiel ao que digo, que seja credível”, desenvolveu a pastora Traute Finken, informa o jornal ‘Folha do Domingo’.
As orações e reflexões para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2025 foram preparadas pela Comunidade monástica de Bose, fundada no pós-Concílio Vaticano II, no norte da Itália.
O ecumenismo é o conjunto de iniciativas e atividades tendentes a favorecer o regresso à unidade dos cristãos, quebrada no passado por cismas e ruturas.
As principais divisões entre as Igrejas cristãs ocorreram no século V, depois dos Concílios de Éfeso e de Calcedónia (Igreja copta, do Egito, entre outras); no século XI com a cisão entre o Ocidente e o Oriente (Igrejas Ortodoxas); no século XVI, com a Reforma Protestante e, posteriormente, a separação da Igreja de Inglaterra (Anglicana).
CB/OC