Iniciativa envolveu católicos, agnósticos, artistas e investigadores num «diálogo muito positivo», sublinha estrutura diocesana
Faro, 14 mai 2012 (Ecclesia) – A primeira edição do Fórum Cultura, na Diocese do Algarve, juntou crentes e não crentes no reconhecimento do papel essencial da religião cristã enquanto construtora de uma identidade social mais humana e verdadeira.
“Estiveram presentes algumas pessoas agnósticas que destacaram o contributo inegável que a Igreja tem dado para a construção de uma sociedade de valores”, sublinha o diretor do setor diocesano da Pastoral da Cultura, padre Carlos Aquino, em entrevista concedida hoje à Agência ECCLESIA.
O evento, subordinado ao tema “Cultura e Identidade: A Fidelidade à Verdade”, decorreu em Tavira entre sexta-feira e sábado, com a participação de algumas figuras destacadas da região – como o bispo algarvio, D. Manuel Quintas, e o poeta Nuno Júdice – e do país, como o presidente do Centro Nacional de Cultura, Guilherme d’Oliveira Martins,
Segundo o padre Carlos Aquino, a comunicação dos diversos intervenientes foi dominada por uma “interpelação” comum: a necessidade da Igreja “não se afastar do mundo nem perder a sua força cultural, identitária e de testemunho”.
“A Igreja não deve ter vergonha do seu papel”, reforça o sacerdote, salientando a pertinência das opiniões deixadas em cima da mesa, mesmo daqueles que se “afirmaram sem fé”, para o repensar da pastoral na região.
Apesar de ter gerado um “diálogo muito positivo” entre representantes eclesiais e profissionais das diversas áreas artísticas e culturais, o Fórum passou ao lado das paróquias locais.
Um facto que não surpreendeu o responsável pela Pastoral da Cultura algarvia, uma vez que o debate cultural “ainda é visto muitas vezes como algo inútil e que apenas diz respeito às elites”.
“Interessa agora perceber melhor o porquê desse afastamento e tentar algumas atividades, ao nível da formação e de outros encontros, para ajudar essas pessoas a entenderem a dimensão cultural da igreja”, complementa.
JCP