D. Manuel Quintas considerou que “a dimensão social e pastoral supõe e exige uma espiritualidade que transforma o coração”.
Faro, 18 abr 2014 (Ecclesia) – O bispo do Algarve pediu, na Missa da Ceia do Senhor, esta quinta-feira, que a participação dos cristãos na celebração constitua um “imperativo quotidiano de serviço aos outros como expressão de amor fraterno no cumprimento do mandamento novo” que Jesus deixou.
Na Missa da Ceia do Senhor, a que presidiu na Sé de Faro, D. Manuel Quintas voltou a citar a exortação apostólica ‘Evangelii Gaudium’ (A Alegria do Evangelho) do Papa Francisco que disse ir ter como referência durante as suas intervenções ao longo deste Tríduo Pascal.
Detendo-se no capítulo IV daquele documento, sobre a dimensão social da evangelização, o prelado abordou o significado do gesto do lava-pés realizado por Jesus momentos antes da sua morte, que repetiu após a homilia.
Neste sentido, lembrou que “a palavra de Deus ensina que no irmão está o prolongamento permanente da encarnação de Jesus” para cada pessoa.
“O que fizermos aos outros tem uma dimensão transcendente”, sustentou, citando Francisco.
D. Manuel Quintas exortou cada um dos presentes à “absoluta prioridade da saída de si próprio em direção ao irmão”, aludindo ao “mandamento novo” deixado por Jesus.
“Verificamos assim que o serviço da caridade é uma dimensão constitutiva da missão da Igreja e expressão irrenunciável da sua própria essência. Tal como a Igreja é missionária por natureza (existe para evangelizar) também brota, inevitavelmente, dessa natureza a caridade efetiva para com o próximo, a compaixão, que compreende, assiste e promove o outro”, acrescentou, continuando a citar o Papa.
Por outro lado, D. Manuel Quintas considerou que “a dimensão social e pastoral supõe e exige uma espiritualidade que transforma o coração” porque “a dimensão espiritual é a alma de toda a dimensão social e evangelizadora da Igreja”.
Como é hábito, no final da celebração o Santíssimo Sacramento foi levado em procissão e colocado em lugar de destaque no interior da catedral para veneração e adoração dos fiéis por só se voltar a celebrar a eucaristia na Vigília Pascal de Sábado Santo.
No dia de hoje, Sexta-feira Santa, aliturgico por ser o único do ano em que a Igreja não celebra a Eucaristia mas a paixão e morte de Jesus Cristo, imperam o silêncio, o jejum e a oração.
A celebração da tarde, centrada na adoração da cruz, nas igrejas com os altares desnudados desde a noite de ontem, é uma espécie de drama em três atos: proclamação da Palavra de Deus, apresentação e adoração da cruz, comunhão eucarística.
À noite será realizada a Procissão do Enterro do Senhor. Em Faro, a mais significativa do Algarve, decorrerá pelas 21h, presidida pelo bispo do Algarve, a partir da igreja da Misericórdia, percorrendo as principais ruas da baixa da capital algarvia.
FD/LFS