No calendário utilizado em Igrejas orientais esta celebração acontece a 7 de janeiro
Faro, 06 jan 2016 (Ecclesia) – As comunidades greco-católica e ortodoxa, de tradição bizantina, que vivem no Algarve vão celebrar esta quinta-feira nascimento de Jesus Cristo, segundo o calendário juliano.
“Sentamo-nos para jantar assim que aparece a primeira estrela no céu, relembrando o aparecimento da estrela aquando do nascimento de Jesus”, explicou a diretora da escola ucraniana de Faro, Natalia Dmytruk, ao jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.
Estas comunidades são constituídas por “muitos milhares de imigrantes ucranianos e romenos”.
Segundo o rito bizantino hoje é o último dia de jejum e a consoada é festejada com 12 pratos diferentes – número que encontra significado nos 12 apóstolos e nas 12 tribos de Israel -, preparados sem recurso a gorduras animais ou carnes.
O prato principal é o “kutia”, doce à base de trigo cozido com mel e sementes de papoila moída, ingredientes usados na doçaria oriental e que também têm um significado especial.
Depois entoam-se canções natalícias, de casa em casa, dando glória ao Deus-Menino e os visitados retribuem com ofertas em dinheiro ou doces, uma tradição que termina a 20 de janeiro.
Na região da Diocese do Algarve, a celebração greco-católica em Vila Real de Santo António, está marcada para hoje às 18h00, depois pelas 21h00 o encontro é na igreja de Nossa Senhora do Livramento, em Tavira.
O único sacerdote greco-católico que apoia a comunidade ucraniana no Algarve é o padre Oleg Trushko.
As celebrações repetem-se à meia-noite em São Brás de Alportel e na capela de São José, em Portimão, às 04h00.
Esta quinta-feira, o nascimento começa por celebrar-se às 07h00, na igreja de Santa Ana, em Albufeira, e na igreja de Santo António do Alto, em Faro, às 10h30.
“Não podemos representar a Sagrada Família que é representada através de um ícone, mas os restantes elementos do presépio são pessoas que se vestem de reis magos, de pastores ou de Herodes”, acrescenta ainda Natalia Dmytruk sobre a tradição do presépio vivo na rua, que fazem depois da Missa de Natal, junto à igreja.
O calendário solar juliano foi criado em 45 a.C. pelo imperador romano Júlio César e difere do calendário gregoriano, utilizado no ocidente.
“As diferenças entre greco-católicos e ortodoxos são evidentes”, sublinha o jornal diocesano, recordando que os católicos de tradição bizantina estão ligados a Roma, tal como os de rito latino.
FD/CB