«Não estamos reduzidos à nossa quinta» – Carlos Oliveira, sobre uma atenção precisa à humanidade
Faro, 13 mar 2019 (Ecclesia) – A Cáritas Diocesana do Algarve vai promover as Jornadas de Ação Sociocaritativa 2019, consideradas “um marco importante” para “criar sensibilização nos grupos” para a humanidade, com o tema ‘Pobre, caminho de Missão’, este sábado, em Ferragudo.
“Somos Igreja de Cristo em missão de cuidar as feridas dos irmãos, estamos juntos dos sofredores da humanidade e alargamos o âmbito da ação, não estamos reduzidos à nossa quinta”, afirmou hoje o presidente da Cáritas algarvia, dando como exemplo “os problemas dos irmãos da Venezuela”.
Em declarações à Agência ECCLESIA, Carlos Oliveira afirma que a ação das instituições sociocaritativas tem de ser “reflexo” da Doutrina Social da Igreja (DSI), “defendendo os direitos humanos, o bem comum, a paz e a verdade, a justiça e a solidariedade”.
‘Pobre, caminho de Missão’ é o tema do encontro e o entrevistado realça que “querem ser Igreja dos pobres e para os pobres” onde desejam “extrair toda a verdade contida nas bem-aventuranças”, uma consciência que têm de “construir e despertar” nos batizados.
A 18.ª Jornadas de Ação Sociocaritativa vão ter como oradores os padres Carlos de Aquino e Pedro Manuel e o presidente da Cáritas diocesana, este sábado, no Centro Pastoral e Social da Diocese do Algarve, em Ferragudo.
“Quando as questões sociais estão preocupantes as jornadas terão mais interesse. Quando estão mais aliviadas, apesar de muitos participantes, há diminuição de interesse. Altos e baixos com o que se passa a nível social na sociedade”, observou Carlos Oliveira, adiantando que têm 75 inscrições.
Num primeiro aspeto as jornadas inserem-se no âmbito do plano pastoral da Diocese do Algarve, o segundo ponto, enumera o responsável, não podem “agir por agir” mas os grupos têm de ter “consciencialização” da sua espiritualidade, “da ação social, atuam “em nome da Igreja a exemplo de Jesus Cristo” e, por último, uma prática do exercício da caridade que não são “uma instituição qualquer”, uma organização não-governamental.
A Cáritas Diocesana do Algarve tem ao dispor da população o Centro Infantil “O Despertar”, com creche e jardim-de-infância, e diversas respostas sociais, como o refeitório, ou o roupeiro e o atendimento social, onde têm “tido mais pedidos de apoio e ajuda”.
O presidente da instituição caritativa adianta que “estão agora a aparecer situações de refugiados”, como três pessoas do Nepal, “uma com um bebé com cerca de 4 dias”, bem como os “desempregos do turismo”, nesta região sazonal que vive “uma fase intermédia de ver a volta que vai dar em termos de empregabilidade”.
Quanto ao problema social da violência doméstica, a instituição foi procurada por duas situações identificadas, no ano pastoral 2018-2019.
Neste contexto, Carlos Oliveira revela que há três semanas “uma senhora, de outra localidade do país”, pediu “apoio para se estabelecer” na região e, em outubro, outra mulher, “chegou com o filho sem nada”, e conseguiram um apartamento para viver; Existem também a disponibilidade de albergar alguém na ‘Casa da Mãe’, que apoia “jovens grávidas em risco”.
As jornadas de ação sociocaritativa do Algarve antecipam a Semana Nacional Cáritas, que este ano tem como tema ‘Uma só família humana, cuidar da casa comum’, a partir deste domingo; neste contexto, é realizado um peditório público em cada diocese portuguesa, entre 21 e 24 de março.
“Temos corrido as reuniões de vigararia para sensibilizar os senhores padres, que são os primeiros responsáveis pela caridade nas suas comunidades paroquiais, para sensibilizarem todos os paroquianos para a necessidade de estarmos atentos aos apelos desta semana”, concluiu o presidente da Cáritas diocesana.
Segundo Carlos Oliveira, na região com “serra e mar”, os grupos vão desenvolver atividades de acordo com as suas realidades e “as necessidades e carências detetadas no local”.
CB