Faro, 23 mar 2024 (Ecclesia) – O bispo do Algarve vai presidir à Procissão do Enterro do Senhor de Sexta-feira Santa, em Faro, popularmente conhecida como ‘Procissão do Senhor Morto’, promovida pela Santa Casa da Misericórdia local.
A procissão multissecular, que vai ser presidida por D. Manuel Quintas, procura todos os anos “reviver, com densidade silenciosa”, o episódio protagonizado por José de Arimateia, o membro do conselho do Sinédrio que pediu a Pilatos o corpo de Jesus, após a sua morte.
O jornal ‘Folha do Domingo’, da Diocese do Algarve, informa que a Procissão do Enterro do Senhor de Sexta-feira Santa, em Faro, começa na igreja da Misericórdia, pelas 21h00, e recolhe à mesma igreja da Santa Casa, depois de passar por várias ruas, praças e largos.
A ‘Procissão do Senhor Morto’ tem, na frente, militares e cavalos da GNR, um friso de tochas, depois o “som áspero” da matraca, “simboliza as ondas de ódio amontoadas pelos judeus à volta de Cristo”, a certa distância o guião ladeado por duas lanternas, a “alguns metros”, a iniciar as alas os balandraus com tochas, a cruz com o lençol pendurado, e entre as alas, o ‘tumbinho’ carregando o corpo de Cristo, debaixo do pálio.
Também integram esta manifestação religiosa pelas ruas de Faro, junto à cruz, três andores com as imagens de Nossa Senhora da Soledade, o apóstolo João e Maria Madalena.
A Santa Casa da Misericórdia de Faro sugere aos moradores das casas por onde passa a Procissão do Enterro do Senhor que assinalem este cortejo com colchas, colgaduras, ou panejamentos nas janelas.
A Igreja Católica está a viver a Semana Santa, a sua ‘Semana Maior’ até à Páscoa, desde este domingo, com a celebração dos Ramos, e, em Faro, a referência mais antiga às celebrações da ‘Semana Santa’ é do ano 1678, e a Misericórdia de Faro explica que o Compromisso da Irmandade de 1619 se refere às endoenças promovidas pela instituição, sem mencionar concretamente esta Procissão do Enterro do Senhor.
Segundo o jornal da Diocese do Algarve, a ‘Procissão do Senhor Morto’ é a terceira com “maior expressão” que se realiza no Algarve, depois da Procissão da Festa Grande de Nossa Senhora da Piedade, popularmente conhecida ‘Mãe Soberana’, em Loulé, quinze dias após a Páscoa, e da Procissão da Ressurreição da Festa das Tochas Floridas, em São Brás de Alportel (Faro), no Domingo de Páscoa.
CB/OC