Centros sociais paroquiais podem cooperar com o Estado pelo bem comum
Faro, 17 out 2013 (Ecclesia) – O bispo do Algarve marcou presença esta terça-feira no encontro dos Centros Sociais Paroquiais e outras instituições sociais da Igreja Católica e pediu que essas organizações tenham “uma marca” cristã.
“Essa marca, esse distintivo e essa identidade tem que ser a do Evangelho, senão não tem sentido a Igreja construir, dirigir e orientar estas instituições”, afirmou D. Manuel Quintas, numa iniciativa que decorreu em Tavira.
O prelado, citado pela edição online do jornal diocesano ‘Folha do Domingo’, exortou cada um dos presentes a “dar-se sem esperar nada em troca”.
“É aí que reside a verdadeira vocação humana, o sentido do serviço”, complementou, sublinhando que naquelas instituições “pode unir-se o trabalho profissional à vocação e à vocação cristã”.
O prelado apelou ainda àquelas organizações para que sejam “presença gratuita, dedicada e amorosa de Cristo com as crianças, jovens, adultos e idosos”.
O encontro decorreu na passada terça-feira no Centro Intergeracional da Pegada do Centro Paroquial de Santa Maria de Tavira e contou com 50 responsáveis de 10 instituições sociais.
A iniciativa, promovida pelo Secretariado da Pastoral Social da Diocese do Algarve, apelou ao “desafio quotidiano da humanização dos serviços” de “olhar cada ser humano na sua individualidade”, tratando-o como “pessoa e não como objeto” e recusando “ todas as mais variadas formas de descriminação”.
A irmã Isabel Martins, da congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima e oradora no encontro, frisou que o “grande desafio quotidiano para uma instituição social da Igreja” é “ver em cada ser humano a imagem de Deus, independentemente da sua idade, situação social, estado de saúde, convicções religiosas, caraterísticas pessoais ou comportamento”.
A religiosa apela às instituições sociais da Igreja que “resistam à pressão” de tratar os seus utentes como clientes, admitindo que a ideia a “arrepia” por parecer trata-se de uma relação comercial.
A denúncia de todos os atentados ao “direito inalienável à vida faz parte integrante do agir do Centro Social”, frisou a oradora.
A conferencista lembrou ainda que, através das instituições sociais, “a própria Igreja tem a oportunidade de dialogar com o mundo da política, não enquanto subalterna, mas na postura de parceira e membro ativo da sociedade”, evidenciando que as instituições sociais da Igreja podem cooperar com o Estado para a construção do “bem comum.”
O próximo encontro dos centros sociais paroquiais algarvios terá lugar na Aldeia de São José de Alcalar, no dia 8 de abril de 2014.
FD/CP/OC