D. Manuel Quintas presidiu ao jubileu com participantes de mais de 25 países, de três continentes

Faro, 04 out 2025 (Ecclesia) – O bispo do Algarve disse que os migrantes são testemunhas da esperança, “num mundo com guerras e injustiças”, na Missa do Jubileu diocesano dos Migrantes e Refugiados, que presidiu no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Loulé.
“Num mundo com guerras e injustiças, os migrantes são testemunhas da esperança, da fé e da capacidade de suportar as adversidades, confiando em Deus; a ligação migração e esperança explica a razão do crescimento do movimento migratório”, afirmou D. Manuel Quintas, divulgou o jornal diocesano ‘Folha do Domingo’, esta sexta-feira (3 outubro).
O bispo do Algarve assinalou que, “certamente, a busca da felicidade – e a expetativa de a encontrar noutro lugar” – é uma das “principais motivações” da mobilidade humana contemporânea, no Jubileu diocesano dos Migrantes e Refugiados que teve como tema ‘Peregrinos da Esperança’.
A Igreja Católica celebra o 111º Dia Mundial do Migrante e Refugiado hoje, 5 de outubro, que se assinala por ocasião do Jubileu do Migrante e do Mundo Missionário, do Ano Santo 2025, que está a decorrer este sábado e domingo (dias 4 e 5 de outubro), e o bispo do Algarve lembrou a mensagem do Papa Leão XIV.
“Num mundo obscurecido por guerras e injustiças, mesmo onde tudo parece perdido, os migrantes e refugiados erguem-se como mensageiros de esperança: coragem e tenacidade são testemunho heroico duma fé que vê para além do que a vista alcança e lhes dá força até para enfrentar a morte em tantas rotas migratórias”, desenvolveu D. Manuel Quintas.
O Jubileu diocesano dos Migrantes e Refugiados do Algarve, substituiu o ‘Encontro dos Povos Migrantes’, que se realiza há 25 anos, no dia 28 de setembro; a Eucaristia, a cargo do Secretariado da Mobilidade Humana da Diocese do Algarve, decorreu no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, popularmente evocada como «Mãe Soberana», em Loulé.
O bispo do Algarve explicou que “hoje os migrantes e refugiados católicos são convidados a ser missionários de esperança nos países que os acolhem”, a dar “testemunho de Cristo e do Evangelho”, “promovendo o diálogo ecuménico ou inter-religioso”, por isso, nas paróquias a sua presença “deve ser reconhecida e apreciada como verdadeira bênção divina, que dá nova energia e esperança” à Igreja.
“Eles testemunham e transmitem a fé às comunidades de acolhimento, tornando-se missionários da esperança e iluminando novos caminhos de fé. É fundamental caminhar juntos com os mais vulneráveis, construindo pontes e reconhecendo que todos somos um povo peregrino a caminho da nossa verdadeira pátria: o Reino dos Céus”, acrescentou.

D. Manuel Quintas salientou que as comunidades que acolhem os migrantes e refugiados “também devem ser um testemunho vivo de esperança”, entendida como promessa de um presente e de um futuro em que “seja reconhecida a dignidade de todos como filhos de Deus”, uma vez que, dessa forma, migrantes e refugiados “são reconhecidos como irmãos e irmãs, parte de uma família em que podem expressar os seus talentos e participar plenamente na vida comunitária”.
O Jubileu diocesano dos Migrantes e Refugiados, do ano Santo 2025, foi promovido por representantes das comunidades de imigrantes dos concelhos de Faro e Loulé, em parceria com a Câmara Municipal de Loulé e com a Diocese do Algarve.
Participaram pessoas de vários países, de três continentes – Europa, América e África: África do Sul, Alemanha, Angola, Argentina, Bélgica, Brasil, Cabo Verde, Canadá, China, Cuba, Escócia, Estados Unidos da América, França, Guiné-Bissau, Inglaterra, Itália, Moçambique, Nigéria, Portugal, República Democrática do Congo, Roménia, São Tomé e Príncipe, Suíça, Timor-Leste, Ucrânia e Venezuela.
Para além da celebração da Eucaristia, o Encontro dos Povos Migrantes, que conta com representações oficiais de alguns países, de autoridades e associações locais, é uma festa que continua com o almoço com diversos sabores gastronómicos e o convívio no salão de festas do município de Loulé, informa o jornal ‘Folha do Domingo’.
CB