«Ano de revitalização da consagração e da espiritualidade carmelita» – D. Manuel Quintas
Faro, 15 jul 2025 (Ecclesia) – O bispo do Algarve presidiu à Eucaristia de início das comemorações dos 50 anos do Carmelo de Nossa Senhora Rainha do Mundo, e desejou que seja “um ano de louvor por todos os dons recebidos e partilhados”.
“Um ano para crescermos todos, como diocese, em fraternidade e em comunhão com estas nossas queridas irmãs Carmelitas Descalças da Virgem Maria, Rainha do Mundo. Que ajude a todos a crescer ainda mais no apreço pela vida consagrada. Celebrar um Jubileu, como este, é efetivamente dar graças, pelo dom desta vocação”, disse D. Manuel Quintas, este domingo, citado pelo jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.
As Carmelitas Descalças do Carmelo de Nossa Senhora Rainha do Mundo, no Patacão, em Faro, vão celebrar os 50 anos da sua fundação na Diocese do Algarve, no dia 13 de julho de 2026, o programa comemorativo deste Ano Jubilar começou este sábado, 12 de julho.
Para o bispo do Algarve é um “ano de revitalização da consagração e da espiritualidade carmelita”, um ano vocacional para a “partilha do carisma, da espiritualidade carmelita e do testemunho da vida e da missão das filhas de Santa Teresa e São João da Cruz”, com uma “especial orientação para os jovens”.
O bispo desejou que, até ao dia das boas de ouro do carmelo algarvio (13 de julho de 2026), seja “um ano de ação de graças, de oração, de louvor por todos os dons recebidos e partilhados ao longo destes 50 anos”.
“Este Jubileu ajuda-nos também a reconhecer a importância da oração como meio de crescimento na resposta e na fidelidade aos apelos de Deus”, assinalou, referindo que “seria bom” que intensificassem “mais os tempos e, a qualidade da oração”, unidos à comunidade carmelita de clausura.
D. Manuel Quintas, que usufrui da oração do Carmelo de Nossa Senhora Rainha do Mundo há 25 anos, desde que está na Diocese do Algarve, disse estar “mesmo convicto” de que as Carmelitas Descalças “contribuíram muito” para as ordenações nestes 25 anos na diocese, “pela sua oração personalizada” pelos seminaristas e jovens padres.
O bispo do Algarve pediu a que todos assumam o programa jubilar do Carmelo, que inclui Eucaristias – “uma missa votiva de Nossa Senhora” por cada uma das paróquias da diocese, orações, conferências e diálogo sinodal, concertos, com diversos convidados, de modo a beneficiarem dos seus frutos.
A Eucaristia deste domingo foi concelebrada pelo padre Vasco Nuno da Costa, o provincial da Ordem dos Carmelitas Descalços em Portugal, pelo padre António Moutinho, capelão do carmelo, e o padre Tiago Pereira (Dehoniano), presidente do Secretariado Regional do Algarve da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP); participaram também membros da Ordem Secular Carmelita Descalça de Faro e Tavira, e da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo de Faro, e do presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau.
No sábado, na abertura solene deste Ano Jubilar, o provincial da Ordem dos Carmelitas Descalços lembrou que foi por convite do então bispo do Algarve, D. Florentino de Andrade e Silva, que as religiosas de clausura, “tendo como capitã a Maria do Carmo de São João da Cruz”, “deixaram o pombalito do Porto para abrir em terras dos Algarves este pombalito do Patacão”.
“Nesta terra acolhedora, as nossas irmãs carmelitas têm testemunhado uma vida de solidão e oração, de silêncio e de escuta, de recolhimento e contemplação, oferecendo-se em todas as horas do dia pela nossa santificação e a de toda a Igreja, levando-nos a conhecer de forma experiencial a alegria teresiana e a espiritualidade dos santos do Carmelo, grandes buscadores e profetas de Deus”, desenvolveu o padre Vasco Nuno da Costa.
O sacerdote destacou o “perfume” – “da oração, do serviço e da entrega generosa ao Senhor” – que as Carmelitas Descalças derramam “há 50 anos” na diocese, informa o jornal diocesano.
A madre do Carmelo, a irmã Maria de Lurdes, apresentou a história da fundação do carmelo, e o objetivo do Ano Jubilar, enquanto a religiosa mais nova, a irmã Júlia Maria do Menino Jesus, explicou como é vivido um dia, que tem como centro a Eucaristia, pelas Carmelitas Descalças, e realçou que “a missão nesta diocese é a oração”.
CB/
![]() A fundação do Carmelo de Nossa Senhora Rainha do Mundo aconteceu no dia 13 de julho de 1976, com oito carmelitas descalças, na Solenidade de Santa Teresa de Jesus; o então bispo do Algarve, D. Ernesto Costa, benzeu o mosteiro e sagrou o altar da sua capela, a 15 de outubro de 1980. No seu sítio online, as Irmãs Carmelitas Descalças de Faro recordam que o processo de construção do carmelo “não foi nada fácil”, em 1976, “em plena mudança política e social, para além dos pouquíssimos recursos próprios”, e, na primeira fase da construção, participaram “ativamente como operárias nos alicerces do edifício”. |