Algarve: Associação pretende reconhecimento do Caminho Central Português para Santiago Compostela desde Faro

Primeira etapa, Faro a Loulé, vai ser testada este sábado

Faro, 15 fev 2016 (Ecclesia) – A Associação Espaço Jacobeus está a desenvolver iniciativas para o reconhecimento do Caminho Central Português para Santiago de Compostela desde Faro.

“É uma oportunidade muito importante para garantir a idoneidade da tentativa de integração sociocultural do Algarve com o resto da Península Ibérica, à luz desta forte tradição cristã comum e que se vê quase extinta no sul do país, mas também para que, de um modo particular, este percurso seja Caminho de Santiago”, considera a Associação.

O jornal diocesano ‘Folha do Domingo’ informa que a Diocese do Algarve vai colaborar com a associação através da cedência de informação, nomeadamente de “evidências históricas, arquitetónicas e decorativas” que ajudem a fundamentar melhor “os detalhes da recomposição do percurso em causa”.

A delegação de Faro, desta associação Católica Portuguesa Privada de Fiéis, começou um “trabalho de reconhecimento” do percurso de peregrinação para Santiago de Compostela, na Galiza, Espanha, desde os concelhos de Faro e Loulé.

O grupo de trabalho desta associação reuniu peregrinos de diversos locais do Algarve e analisou a primeira etapa do Caminho de Santiago de Faro a Loulé, a partir da ermida de São Luís.

Após três dias de caminhadas “foi identificado um percurso que será testado” este sábado, dia 20, na peregrinação jubilar do Seminário de Faro ao Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Loulé.

Este “trabalho voluntário” pretende a marcação do caminho que deverá estender-se até Almodôvar, unindo o sul ao norte do país, passando por Castro Verde, Santiago do Cacém, Alcácer do Sal, Palmela e Lisboa.

No final do reconhecimento de Faro a Almodôvar via ser elaborado um mapa com um pedido de autorização às respetivas autarquias para a “sinalização do percurso”, com as setas amarelas e vieiras que fazem parte do património material do Caminho de Santiago.

“A Diocese do Algarve ficará incumbida de carimbar as credenciais e os passaportes dos peregrinos, bem como de realizar a sua bênção caso o solicitem”, adianta o jornal diocesano.

Pretende-se também alargar esta cooperação aos secretariados diocesanos de Pastoral do Turismo e Pastoral Juvenil para uma “entreajuda” nas atividades de peregrinação a pé que possam utilizar os “corredores a sinalizar como Caminho de Santiago”.

Segundo a organização o início do percurso em Faro “justifica-se pelo seu estatuto de capitalidade regional” e pela dimensão histórica da cidade que foi “conquistada aos muçulmanos por D. Paio Peres Correia, mestre da Ordem de Santiago”.

Por sua vez a passagem por Loulé tem explicação a “associação da igreja matriz de São Clemente à simbologia de São Tiago Apóstolo”.

 “A presença de São Tiago no Sul de Portugal está intimamente ligada ao mito fundador da célebre vitória da Ordem Militar de Santiago na Batalha de Ourique, e antes disso na Batalha de Clavijo, impulsionada pela aparição de Jesus e São Tiago, respetivamente dando alento aos cavaleiros para conquistar o território aos muçulmanos”, contextualiza ainda a Associação Espaço Jacobeus.

FD/CB

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Agência ECCLESIA

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