Maria Filomena Rosa destaca também projetos em desenvolvimento para jovens portadores de deficiência profunda, crianças da comunidade cigana e a construção de uma nova creche
Faro, 14 nov 2024 (Ecclesia) – A Associação de Proteção à Rapariga e à Família – AIPAR, em Faro, procura famílias de acolhimento para evitar a institucionalização dos bebés, crianças e jovens que recebe, um “desafio enorme” mas sete famílias já aderiram ao projeto.
“A ciência já prova que é um bem enorme para a criança, principalmente entre os 0 e os três anos que é quando se dá a vinculação e a estruturação neurológica se consolida”, destaca a presidente da direção da AIPAR, sobre o crescimento em ambiente familiar, ao jornal ‘Folha do Domingo’, da Diocese do Algarve.
Desde 2022, a Associação de Proteção à Rapariga e à Família, associação de inspiração cristã , desenvolve a valência de acolhimento familiar, para evitar a institucionalização dos bebés, crianças e jovens que recebe como medida decretada pelo tribunal ou pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens.
Segundo Maria Filomena Rosa, esta nova resposta social tem sido um “desafio enorme” para a AIPAR mas “tem vindo a crescer” o número família interessadas, das sete famílias que aderiram ao projeto, quatro já receberam crianças, as outras três aguardam a conclusão do processo de acreditação e formação, e têm raparigas, em acolhimento residencial, que pediram para transitar para o acolhimento familiar.
A presidente da direção da Associação de Proteção à Rapariga e à Família explicou que não há um perfil definido para a família de acolhimento, pode candidatar-se quem tem mais de 25 anos e não for proponente a adoção; a família recebe um “apoio mensal para despesas de cerca de 700 euros, consoante a idade da pessoa acolhida”, dos 0 aos 18 anos.
“Pode ser uma família monoparental, podem ser duas mulheres ou dois homens. Nós vamos fazer a avaliação da estrutura psicológica e social e depois atribuímos o certificado. Vamos lá a casa, e depois fazemos o acompanhamento sistemático”, acrescentou.
A equipa da AIRPAR para esta valência é constituída por três pessoas e, segunda esta responsável, tem sido “um esforço enorme”, porque tinha de haver “uma campanha diferente, para que a mensagem chegue às pessoas”, assumida pela Segurança Social, que é a entidade que tem a gestão das vagas, observou a presidente da direção, ao jornal da Diocese do Algarve.
A associação de inspiração cristã AIPAR – inicialmente denominada Junta Diocesana de Faro da Protecção à Rapariga, foi membro da Associação Católica Internacional ao Serviço da Juventude Feminina -, foi fundada por um grupo de mulheres da sociedade farense, que incluía a benemérita Teresa Ramalho Ortigão, em 1932; IPSS desde 1988, tem a sede na Rua Monsenhor Henrique Ferreira da Silva, para informações sobre o acolhimento familiar pode ser usado o email protecao.acolhimentofamiliar@gmail.com.
CB/OC
A Associação de Proteção à Rapariga e à Família está a desenvolver novos projetos, para além das atuais sete valências, como o espaço de tempos livres e campo de férias para as crianças e jovens que quer implementar na Quinta do Meloal, que tem mais de três hectares, na freguesia da Conceição de Faro, nomeadamente para os utentes do seu Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI). Esta segunda, dia 11 de novembro, a AIPAR, com o parque temático Zoomarine e o projeto Nativawaky, plantaram uma floresta ‘Miyawaki’ [método criado pelo botânico japonês Akira Miyawaki na década de 1970] – 330 árvores e plantas de mais de 30 espécies autóctones – na Quinta do Meloal, com a participação de cerca de 60 voluntários, incluindo 42 crianças de duas turmas do 4º ano do ensino básico. Outro projeto da Associação de Proteção à Rapariga e à Família é a construção de uma creche, com capacidade para 42 crianças dos 0 aos 3 anos, na zona do Chelote, do concelho de Faro, em terreno doado pela Câmara Municipal, que está “na fase de oferta de contratação pública para a empresa de construção”. A presidente da direção salienta que é um projeto “completamente inovador”, que vai também funcionar em horário noturno e aos fins de semana, porque têm “famílias que precisam de ter onde deixar os bebés para poderem ir trabalhar porque lhes arranjamos trabalho”. A associação de inspiração cristã AIPAR apresentou também uma candidatura à iniciativa ‘Portugal Inovação Social’ para o ‘Projeto V’ (de viagem) que se destina às crianças de três dos principais acampamentos da comunidade cigana no concelho de Faro – na Lejana, no Cerro do Bruxo e nos Braciais – que “pretende proporcionar viagens explorativas de outras dimensões e realidades para eles poderem sonhar e ambicionar sair do acampamento”, adiantou Maria Filomena Rosa, informa o jornal ‘Folha do Domingo’, da Diocese do Algarve. |