O Conselho Diocesano Pastoral do Algarve encontra-se hoje reunido para definir o plano pastoral que orientará a acção da Igreja Católica na região ao longo dos próximos anos. O lema será “Fazei o que ele vos dizer” (Jo 2,5), inspirado na passagem evangélica das Bodas de Caná. Em declarações à Agência ECCLESIA, D. Manuel Quintas, Bispo do Algarve, explica que os objectivos que a Diocese pretende atingir passam por, num primeiro momento, “aprofundar o conhecimento que temos da realidade eclesial”, numa perspectiva de “pastoral de missão”. Nesta Diocese, como se sabe, há uma grande diferença entre litoral e interior, para além da força que tem a dinâmica do turismo e da cada vez maior presença de imigrantes (cerca de 80 mil legalizados). “Temos consciência da nossa pequenez, mas queremos estar atentos a estes desafios e tentar responder-lhes”, diz o Bispo algarvio. O envelhecimento do clero local é outro dos assuntos que tem preocupado a Diocese: dos 63 padres no Algarve, apenas 25 têm menos de 60 anos e outros 13 têm mais de 70. As soluções passarão, no futuro, pela partilha das responsabilidades com os leigos e, sobretudo, com novas formas de distribuição do clero pelo território diocesano, de modo a atingir um melhor equilíbrio entre as necessidades das comunidades e o número de sacerdotes. No passado dia 15, D. Manuel Quintas com o clero diocesano para debater estas questões e adianta que importa “perceber como podemos responder àquela que é a missão da Igreja”. Mais do que estudar uma “reestruturação da Diocese”, destacou-se a “unidade na pastoral”, de opções e caminhos pastorais. “Estamos a valorizar mais a realidade das Vigararias, as respostas têm de partir dessas realidades diocesanas”, aponta, explicando que é também nas Vigararias que se irão procurar “leigos que se empenhem, de maneira mais plena, no serviço à Diocese”. Na sua recente visita pastoral à Mexilhoeira Grande, o Bispo do Algarve reconheceu a sua principal característica, a dimensão sócio-caritativa bem presente nas obras sociais realizadas pelo seu pároco, e sugeriu a criação de uma equipa de leigos para gerir obras sociais da paróquia. “O futuro passa por aí: passar de párocos que façam a gestão destas obras para equipas de leigos, porque com a necessidade que temos de clero”, refere. Com Maria e em missão A imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima passará pelas paróquias do Algarve a partir de Outubro de 2007, ao longo de cerca de um ano ou ano meio. “Essa passagem da imagem peregrina é um meio operativo, com o objectivo de centrar a acção pastoral na pessoa de Cristo, procurando aprofundar o conhecimento da Sagrada Escritura como resposta ao apelo de Maria «Fazei o que ele vos dizer»”, refere D. Manuel Quintas. No início deste mês, os Institutos Missionários ad Gentes (IMAG) responsáveis pela animação do sul do país promoveram, através de duas equipas, uma Semana de animação missionária nas paróquias de Nossa Senhora da Conceição (matriz) de Portimão e Nossa Senhora da Assunção da Mexilhoeira Grande. Para o Bispo local, estas iniciativas deverão ter continuidade, nos próximos anos, com o objectivo de “sensibilizar as comunidades cristãs para a urgência da evangelização”, um imperativo de cada baptizado. “Vendo pessoas diferentes, que falam destes assuntos, há uma novidade. Particularmente nos meios em que não há uma presença tão habitual do Bispo ou do padre, havia uma sensibilização muito grande, porque os missionários abriram caminho”, recorda.