Bispo diocesano destacou um património que «acompanha a cidade de Faro nestes últimos 340 anos»
Faro, 12 abr 2019 (Ecclesia) – O bispo do Algarve afirmou que “não fazia sentido continuar a verificar-se um empobrecimento cultural” pela “impossibilidade” do publicar visitar o Paço Episcopal de Faro que abriu as portas ao público esta quinta-feira.
“A abertura do Paço a visitas obedece a um imperativo de ordem cultural, possibilitando a quem o desejar o conhecimento deste património que acompanha a cidade de Faro nestes últimos 340 anos”, disse D. Manuel Quintas
Na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA, o jornal diocesano ‘Folha do Domingo’ explica que o edifício do Paço Episcopal de Faro é um dos mais representativos da arquitetura chã no Algarve.
“Não fazia sentido continuar a verificar-se um empobrecimento cultural provocado pela impossibilidade de o conhecer e de o desfrutar”, acrescentou o bispo diocesano.
Segundo D. Manuel Quintas, esta iniciativa para a Igreja Católica no Algarve “é, também, um modo genuíno de anunciar o Evangelho” a partir do património que lhes “legaram” os que os precederam “dando a conhecer o seu modo peculiar de ser Igreja através da sua vivência e do seu testemunho da pessoa de Cristo”.
“Não foi um caminho fácil, nem de pouca monta, pelas intervenções que foi necessário realizar no sentido de criar as melhores condições para acolher os visitantes, atendendo ao cuidado, ao respeito e quase veneração, que esta casa secular nos merece”, desenvolveu.
Ao longo dos últimos meses, o edifício esteve em obras de restauro de caixilharia, do gradeamento das janelas, dos pavimentos, sendo que há uns anos já tinha sido alvo de uma intervenção mais complexa de recuperação dos painéis de azulejo, paredes e cantarias muito danificados no primeiro piso devido a humidades e ao salitre; A cobertura e as fachadas tinham sido recuperadas no ano 2000.
No átrio os visitantes podem ver painéis recortados de azulejos, onde se destaca o painel alusivo à virtude teologal da caridade e o painel tardo-barroco, alusivo às cinco virtudes cardeais – Prudência, a Fé, a Esperança, a Justiça e a Fortaleza.
No patamar de descanso das escadarias de acesso ao piso nobre, o visitante entra nas três salas superiores: A “Sala da Unidade da Igreja”, a “Galeria dos Bispos” e a “Antiga Sala do Trono”.
“O que pusemos nas salas não é para distrair dos azulejos. O mais importante são os azulejos. Quisemos compor o ambiente”, explicou o bispo do Algarve, destacando a importância do conjunto azulejar do século XVIII que foi mandado fazer por D. Frei Lourenço de Santa Maria, bispo do Algarve entre 1752 e 1783, quando reedificou e ampliou o edifício construído entre 1581-1585 por D. Afonso Castel-Branco, bispo do Algarve durante aquele período.
A diretora regional de Cultura, Adriana Nogueira, lembrou que a etimologia da palavra bispo aponta para “alguém que guarda e preserva” e que estavam “a ver é precisamente essa preservação e esse cuidado que houve em guardar esta casa”.
Na sessão de inauguração, o vigário geral da Diocese do Algarve destacou que a abertura do edifício aconteceu primeiro “por vontade do bispo”, com apoio de uma equipa técnica da Câmara e do Museu Municipal de Faro, e “começou com a abertura da antiga capela, agora passa para a própria residência do bispo”.
“O atual bispo sonha que a antiga Tipografia União há de ser um dia o Museu da Imprensa. Queiram os responsáveis que mandam, ajudar-nos para que esse sonho se torne realidade”, adiantou ainda o cónego Carlos César Chantre.
Por sua vez, o presidente da Câmara de Faro realçou da abertura do Paço Episcopal ao público que “é mais um equipamento cultural” que têm no concelho e “isso deve alegrar”:
“Este é mais um passo para a afirmação cultural do concelho de Faro”, salientou Rogério Bacalhau.
O jornal ‘Folha do Domingo’ informa que o bilhete para a visita de segunda a sábado custará 2,5 euros, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00, sendo gratuita até aos 14 anos, havendo descontos para grupos superiores a 15 pessoas, estudantes até aos 25 anos e visitantes com mais de 65 anos.
CB