Alexis II agradece ao Papa a restituição do ícone de Kazan

O Patriarca Ortodoxo de Moscovo e de todas as Rússias, Alexis II, expressou a sua satisfação por João Paulo II ter decidido restituir aos ortodoxos russos o ícone de Nossa Senhora de Kazan. O Papa decidiu restituir esse venerado ícone na solenidade da “Dormição de Nossa Senhora” que os ortodoxos celebram no dia 28 de Agosto. Ainda não foi constituída a delegação que se encarregará de levar a imagem sagrada à Rússia. De acordo com Patriarcado de Moscovo, especialistas do Ministério da Cultura da Rússia e da Igreja Ortodoxa, e especialistas do Vaticano teriam analisado a imagem e os primeiros teriam concluído que se trata de uma cópia da imagem original, que desapareceu da Rússia em vésperas da revolução. O ícone em questão, explica o Patriarcado, data do século XVIII e é uma cópia, ainda que venerada. O Patriarcado de Moscovo conclui o seu comunicado informando que o regresso da imagem ao país “ajudará o povo a reencontrar os valores espirituais que a Igreja Ortodoxa russa consolidou durante sua história milenar”. João Paulo II queria entregar pessoalmente o ícone em Kazan, mas a Igreja Ortodoxa russa opôs-se à ideia por causa do contencioso entre as duas Igrejas. O Patriarcado de Moscovo critica a Igreja Católica por considerar que o estabelecimento de Dioceses na Rússia é uma forma de proselitismo e porque a Santa Sé terá tomado aquela decisão sem antes informar os responsáveis ortodoxos. Segundo o porta-voz do Vaticano, “João Paulo II espera que este gesto possa contribuir para a unidade tão esperada entre as Igrejas Católica e Ortodoxa”. No início deste mês, o Papa João Paulo II e o Patriarca Ecuménico Ortodoxo de Constantinopla, Bartolomeu I, assinaram uma declaração comum onde assumiam que o caminho para a unidade permanecia marcado por diversos obstáculos e asseguravam “o compromisso dos católicos e dos ortodoxos ao serviço da grande causa de uma plena comunhão dos cristãos”. O ícone de Nossa Senhora descoberto em Kazan no ano de 1597 é venerado pelos seus poderes miraculosos. Após ter sido roubado da Catedral de Kazan foi transportado para o estrangeiro, passando pelas mãos do exército polaco, tendo os especialistas perdido o seu rasto no ano de 1904.

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